A cada mês, uma surpresa. Nesta quarta-feira (10), foi a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro que pegou os investidores no contrapé.

A alta de preços no mês passado foi de 1,25%, acima das projeções dos analistas – que, na média calculada pela Refinitiv, previam um indicador de 1,05%. Foi o maior índice para um mês de outubro desde 2002.

Com isso, economistas do mercado financeiro voltaram às pranchetas, revisitando modelos e recalculando as previsões de inflação daqui para o ano que vem. E as dos juros também.

O Bank of America, por exemplo, já jogou a projeção do IPCA em 2021 para 10,1%, contra os 9,1% calculados anteriormente.

“Esperamos agora que o pico (da alta do IPCA) seja de 10,74% em comparação com o mesmo período do ano anterior em novembro, mas os riscos ainda são altistas, devido à volatilidade dos preços das commodities e ruídos políticos e fiscais”, escreveu David Beker, economista do banco para Brasil.

O Citi, por sua vez, elevou de 9,5% para 10,4% sua estimativa para o IPCA deste ano. Segundo os analistas do banco, as leituras mais fortes do que o esperado “adicionam riscos altistas para nossa projeção de 4,3% para a alta do IPCA ao final de 2022 e taxa Selic terminal de 11,0%”.

E os juros?

A taxa básica de juros, a Selic, está hoje em 7,75% ao ano, após o Banco Central promover um aumento de 1,50 ponto percentual há duas semanas.

Embora tenha sinalizado que faria um novo ajuste de mesmo tamanho (1,50 ponto percentual) na reunião de dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central pode mudar de ideia até lá.

Em uma entrevista  à Nikkei Asia publicada na segunda-feira (8), o diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou que a autarquia elevará a Selic além disso, se preciso.

Na visão do Goldman Sachs, após o IPCA de outubro, há possibilidade de uma alta maior. Para o banco, a elevação será de, no mínimo, 1,50 ponto percentual, levando a Selic para 9,25% ao ano na próxima reunião. Mas existem 20% de chances de um aumento ainda maior do que isso.

Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, destacou que, em um cenário de intensas pressões inflacionárias e piora do balanço de riscos, a probabilidade de o BC conduzir a inflação para a meta de 3,5% em 2022 é muito baixa.

Fonte:.

Após IPCA, economistas revisam inflação para mais de 10% em 2021; Goldman vê 20% chance de Selic subir além de 1,5 ponto

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