A fabricante de cosméticos Natura teve lucro líquido consolidado de 24,4 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 87 por cento ante um ano antes.
Já em bases comparáveis e pró-forma, que exclui a reversão de PIS/COFINS ocorrida nos três primeiros meses do ano passado e todos custos associados à aquisição da The Body Shop, o lucro foi de 88,2 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de 1,3 milhão sofrido um ano antes.
Já o resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado recuou 12,5 por cento mesma base de comparação, para 318,9 milhões de reais. A margem Ebitda consolidada foi de 11,9 por cento no período, queda de 9,2 pontos percentuais ante um ano antes.
A receita líquida consolidada da Natura cresceu 55,5 por cento no primeiro trimestre frente a igual período do ano passado, para 2,69 bilhões de reais.
A marca Natura respondeu pela maior fatia da receita no período, com 1,68 bilhão de reais. Em moeda constante, o crescimento foi de 6,7 por cento na comparação com igual período de 2017. No entanto, no Brasil, o crescimento da receita líquida da Natura foi de 0,8 por cento, com as vendas impactadas pelo calendário comercial da empresa, que mudou a campanha de Dia das Mães de 2018 para o segundo trimestre. Ajustado para o efeito sazonal a alta das vendas no Brasil teria sido de 3 por cento.
O crescimento da receita líquida da marca Natura na América Latina foi de 23 por cento em moeda constante, movimento amparado pelo desempenho positivo em todos os países da região.
O presidente da Natura, João Paulo Ferreira, disse que a empresa tem monitorado a situação cambial da Argentina, mas que até o momento as oscilações estão dentro do esperado pela empresa.
Segundo o executivo, que falou com jornalistas após a divulgação dos resultados, na Argentina, a empresa importa parte dos produtos, mas também exporta a partir do país, “de forma que até o momento a operação está bastante protegida para eventuais variações”.
A Aesop teve o maior crescimento da receita líquida entre as três marcas da empresa, de 30,8 por cento também em moeda constante, impulsionado por alta de 18 por cento nas vendas no conceito mesmas lojas e expansão do número de lojas. Já a The Body Shop registrou receita líquida de 807,3 milhões de reais, alta pró-forma de 8,5 por cento em moeda constante, apoiado em forte crescimento nas vendas de franquias.
PROJEÇÕES
A Natura destacou que os resultados para os três primeiros meses do ano corroboram as metas de médio prazo para a empresa. Entre as metas, a empresa estima Ebitda de pelo menos 3,1 bilhões de reais em 2022. Para o mesmo período, a expectativa da empresa é de receita líquida consolidada de pelo menos 17,2 bilhões de reais, o que seria uma expansão de cerca de 75 por cento em relação ao faturamento do ano passado, que somou 9,85 bilhões de reais.
Os executivos da Natura reforçaram a meta de desalacancagem, com o objetivo de atingir a relação dívida líquida/Ebitda de 1,4 vez em dezembro de 2021. No primeiro trimestre, essa métrica foi de 3,3 vezes, ante 1,3 vez um ano antes.
“Estamos bastante de acordo com nosso planejamento”, disse o diretor de relações com investidores, Marcel Goya.
O número consolidado de consultoras da Natura ao final do primeiro trimestre era de 1,718 milhão, queda de 4,5 por cento na comparação anual. No entanto, a empresa destaca que o movimento está dentro do esperado e que o número veio acompanhado do aumento de produtividade.
“Introduzimos ano passado um novo modelo comercial de venda e prevíamos uma redução do numero total de consultoras acompanhado por um aumento de produtividade que foi substancial, acima de 20 por cento”, disse Ferreira. A quantidade de unidades de produtos para revenda entre o primeiro trimestre de 2017 e este ano cresceu 4,4 por cento, para 134 milhões.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/2018/10/05/natura-tem-queda-de-87-no-lucro-do-1o-trimestre/
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