A Natura Cosméticos divulgou o nome do novo diretor-presidente da companhia britânica The Body Shop: David Boynton, que substituirá Jeremy Schwartz a partir de 4 de dezembro de 2017. Segundo a Euromonitor, a operação de aquisição é perfeitamente coerente, considerando os valores fundamentais que as duas empresas têm em comum e a compatibilidade de suas carteiras de produtos.
“A recente compra da The Body Shop pela Natura Cosméticos é uma operação lógica, haja vista a sintonia entre a carteira de produtos e os valores compartilhados pelas duas empresas“, comentou Hannah Symons, analista do departamento de Beleza e Cuidados Pessoais da Euromonitor.
Estratégia de varejo
Há alguns anos, a Natura decidiu ingressar no mercado de varejo e vem testando sua estratégia nessa área por meio da Aesop, marca de pequeno porte posicionada no segmento de alta qualidade. “A incorporação da Aesop em 2012 pela Natura contribuiu para o crescimento sustentável da estratégia de excelência da marca e reforçou sua opção pela rede de lojas próprias“, declarou Hannah Symons.
Com o respaldo dessa experiência, em 2016 a Natura inaugurou sua primeira loja física em São Paulo – uma mudança radical para a companhia, visto que a venda direta sempre foi um dos principais alicerces de seu desenvolvimento. “A novidade sinalizou claramente que a empresa estava dando um novo rumo a sua estratégia de varejo. Por isso, a aquisição da The Body Shop não chega a ser uma surpresa“, completou Hannah.
Paralelamente, ao ingressar no mercado brasileiro – com a aquisição de 51% da Empório Body Store, em outubro de 2013 –, a The Body Shop deu início a um ambicioso plano de vendas no varejo no Brasil. No entanto, embora os produtos sejam comercializados tanto no site da marca como nas 130 lojas espalhadas pelo Brasil, até agora os resultados da The Body Shop no país ficaram muito aquém das metas fixadas inicialmente.
Valores similares e visão compartilhada
Segundo a Euromonitor, por seu pioneirismo na promoção de ingredientes éticos e em favor da responsabilidade social na indústria de beleza e cuidados pessoais, a The Body Shop está em perfeita sintonia com a política ecológica da Natura, que sempre priorizou a produção baseada em ingredientes vegetais.
“Esses valores em comum contribuirão para reforçar ainda mais o compromisso ético que sempre caracterizou a The Body Shop, conferindo a ele uma dimensão global. A operação chega em um momento crucial, quando muitos consumidores estão redefinindo suas prioridades e colocando os produtos éticos no topo da lista“, comentou Hannah Symons.
Complementaridade geográfica
Embora alinhadas em relação aos valores éticos que defendem, as duas empresas são muito diferentes no que tange à presença geográfica.
“Enquanto a maior parte das vendas da The Body Shop em 2016 foi realizada em mercados desenvolvidos, a Natura tira a sua força das regiões emergentes, que responderam por 98% dos negócios da companhia brasileira no ano passado. Sem dúvida alguma, o contato com novos mercados atuará como um trampolim para a The Body Shop e possibilitará sua expansão para regiões emergentes, contribuindo para dar novo impulso a seu crescimento. Assim sendo, a operação tem tudo para ser um casamento feliz: por um lado, reduz a dependência da Natura em relação ao mercado brasileiro e, ao mesmo tempo, diminui o risco de a The Body Shop estagnar em regiões desenvolvidas”, conclui Hannah Symons.
Fonte: http://www.brazilbeautynews.com/o-que-diz-a-euromonitor-sobre-a-aquisicao-da-the,2125
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