Levantamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) estima que o mercado de nanotecnologia concentra mais de 13 mil empresas de 56 países que, juntas, devem movimentar US$ 5 trilhões este ano. No setor farmacêutico, os principais interesses no uso da nanotecnologia são otimizar os medicamentos, com uma maior eficácia dos ingredientes ativos, e diminuir as dosagens.
Grandes laboratórios e startups avançam em áreas como filtros solares e antivirais, além de aplicações em testes de gravidez e de detecção da covid-19. Parcerias são chave para acelerar projetos de pesquisa e finalizar produtos.
O Aché mantém um programa de inovação que está nas etapas finais de seleção de empresas, com investimentos de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões por projeto. “O objetivo é buscar o que há de mais novo e promissor no segmento de filtros solares”, afirma o diretor de desenvolvimento farmacotécnico e analítico, Miller Nunes de Freitas.
O Programa Aché Solares Brasil recebeu 29 inscrições de startups, universidades e institutos de ciência e tecnologia (ICTs). Dez propostas foram selecionadas para a fase de avaliação de modelos de negócios e de investimentos.
A iniciativa é um desdobramento do laboratório Nanotechnology Innovation Laboratory Enterprise (Nile), fruto de parceria do Aché com a sueca Ferring Pharmaceuticals. Sediado em Guarulhos (SP), é considerado o primeiro laboratório voltado para a aplicação de nanotecnologia em indústria farmacêutica no Brasil. A unidade já recebeu aporte de R$ 7,5 milhões e conta com uma rede de 15 pesquisadores brasileiros e estrangeiros.
Em Florianópolis (SC), a startup TNS Nanotecnologia atua no ramo de soluções antibacterianas, antifúngicas e antivirais. “Os produtos estão em fase de escala e tração, com exportação para mais de dez países”, afirma o diretor-geral Gabriel Nunes. Entre os clientes estão produtores de ataduras para queimaduras que utilizam a invenção para reduzir o mau cheiro e a contaminação cruzada.
A estimativa de Nunes é crescer 320% em faturamento em 2020, ante o avanço de 50% obtido em 2019. A empresa não abre valores. Na Nanogreen, de Joinville (SC), o trabalho está centrado no desenvolvimento de nanopartículas de ouro para aplicações biomédicas, com foco nos mercados de diagnósticos e biossensores. “Como não há fornecedor nacional especializado, esperamos fazer esse papel, diz Lucas Bóries Fachin, responsável por P&D de negócios.
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