A fabricante de embalagens Vidroporto deixou de lado o plano de desligar um dos fornos de produção, na expectativa de adequar o nível dos estoques com o acréscimo das vendas de garrafas para bebidas nos últimos meses do ano.
“Estamos trabalhando com capacidade plena, mas os estoques estão maiores e em junho estávamos propensos a desligar um forno. Mas como o cenário melhorou um pouco entre junho e julho, decidimos manter ligado”, contou o presidente da Vidroporto, Edson Rossi.
Segundo ele, o risco este ano é a demanda de fim de ano, normalmente embalada pelas festas e altas temperaturas, não se confirmar, já que a atividade econômica continua sem apresentar sinais claros de retomada.
Até lá, a estratégia de redução de custos com frete das fabricantes de azeite, que antes importavam o produto embalado e agora realizam o envase no Brasil, vai minimizar a situação.
“Isso está ajudando a compensar as encomendas mais fracas das indústrias de bebidas. Mas abrimos também alguns clientes novos de cervejarias, porque mesmo que alguns rótulos de artesanais saiam do mercado, muitas empresas novas estão demandando embalagens”, diz.
Ele reconheceu que o ritmo atual de vendas não tem sido suficiente para diminuir o nível dos estoques, mas tem evitado a geração de novos acúmulos. Essa melhora pontual nos pedidos, que tem feito o que acaba de ser produzido sair da fábrica, veio também da abertura de novos clientes do setor de alimentos.
“Mesmo com o consumo menor, as fabricantes ainda querem valorizar seus produtos com o uso das embalagens de vidro, principalmente nos itens de maior valor agregado. Ao menos observamos isso em alimentos e bebidas e estamos trabalhando para oferecer novas embalagens aos clientes”. O executivo descarta, porém, entrar em nichos que exijam a adaptação da linha de produção da empresa, decisão que exigiria novos investimentos.
Com estoque de 90 dias atualmente, quando o nível ideal é de 30 dias, a expectativa de Rossi é ver uma redução gradual nesse volume a partir de outubro, atingindo o patamar de 30 dias entre dezembro e janeiro. “Estamos trabalhando com a capacidade máxima de produção desde que ampliamos a fábrica em 2014, a primeira redução viria com o desligamento de um dos fornos”, revela o executivo. Com a expansão em 2014, a fabricante aumentou em 150% sua capacidade de produzir embalagens de vidro em Porto Ferreira, interior de São Paulo.
Custos
Depois da baixa demanda, os custos de produção são o fator que mais impactam a rentabilidade da Vidroporto, de acordo com Rossi. “Esse é o grande nó que temos hoje, porque o estoque parou de crescer. Mas os custos cresceram 25% no ano e não conseguimos repassar isso para ninguém”, acrescenta, explicando que apenas parte da carteira de clientes aceitou um repasse em linha com a inflação no período.

Fonte: http://www.datamark.com.br/noticias/2016/9/vidroporto-quer-equalizar-estoques-no-4-tri-216633/?q=Vidro

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *