Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), anualmente, 25% das embalagens de vidro são recicladas, totalizando 400 mil toneladas de material e reduzindo em 100 mil toneladas as emissões de dióxido de carbono (CO2). Além disso, 1 quilo de cacos de vidro pode ser transformado em 1 quilo de vidro novo.
Nesse cenário, a circularidade do vidro se destaca por reduzir a geração de resíduos, valorizar os recursos naturais, otimizar o uso de energia e criar novas oportunidades para diversos setores da sociedade. O professor doutor Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular, destaca que o vidro é um dos materiais mais utilizados no mundo e enfatiza a importância de pensar seu uso futuro.
“A areia é a principal fonte de dióxido de silício (SiO2), essencial para a produção de vidro. No entanto, as reservas mundiais de areia estão se esgotando em diferentes locais. Um estudo de 2022, da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, alertou que a procura de areia deverá aumentar 45% nas próximas quatro décadas. Por isso, repensar as práticas dentro de uma Economia Circular do vidro é mais que fundamental e urgente”, afirma.
Diante desse contexto, é crucial intensificar as iniciativas de reciclagem. No Brasil, mais de 1 bilhão de garrafas de vidro são descartadas anualmente, segundo dados do governo federal. Muitas são jogadas inadequadamente em praias, rios, terrenos baldios e lixões, enquanto outras acabam em aterros sanitários, em vez de serem reaproveitadas. “O vidro tem um potencial enorme para ser reaproveitado ou reciclado – bases de uma economia mais circular. Sua reciclagem pode gerar empregos, colaborar na conservação do ambiente e ainda ser lucrativa para os diferentes atores da cadeia”, completa Grandisoli.
A vida útil do vidro é um dos principais motivos para a sua reutilização. Por ser um material inerte, não reage com alimentos ou bebidas, assegurando a pureza total dos produtos armazenados. Além disso, as embalagens de vidro são seguras tanto para a saúde quanto para o meio ambiente, pois não contêm substâncias que possam interferir no sistema hormonal. Elas também ajudam a preservar os alimentos, mantendo seus nutrientes e sabor original, e reduzem a necessidade de conservantes.
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