Esse desempenho da indústria de alimentos pode ser explicado pela alta de preços da carne bovina, em decorrência de problemas na oferta do produto e uma melhora da renda da população“, diz gerente do IPP

O setor de alimentos respondeu por mais da metade da inflação da indústria em agosto, o Índice de Preços ao Produtor (IPP), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os preços do setor subiram 1,33% e responderam por 0,32 ponto percentual da alta de 0,61% do IPP como um todo. O IPP subiu pelo sétimo mês seguido. Em junho, a alta tinha sido de 1,53%.

Se os alimentos pressionaram a inflação da indústria para cima, a indústria extrativa exerceu influência na direção contrária, com queda de 5,06% e impacto negativo de 0,25 ponto percentual no IPP.

Após um período com registros negativos, o IPP em 2024 chega ao seu sétimo resultado positivo seguido. O crescimento verificado em agosto foi um pouco menor do que o de julho, com destaque para os aumentos de preços nos setores de alimentos e outros produtos químicos. Por outro lado, a variação negativa obtida pela atividade de indústrias extrativas ajudou a conter o quadro inflacionário na indústria”, afirma o gerente do IPP, Alexandre Brandão.

Na indústria de alimentos, a alta de 1,33% de agosto foi a quinta seguida. No resultado acumulado em 12 meses até agosto, o crescimento é de 7,10%, o maior para um período de 12 meses desde outubro de 2022 (8,15%). Em 2024, até agosto, há aumento acumulado de 3,42%, movimento diferente do observado em igual período de 2023, de queda de 6,14%.

Esse desempenho da indústria de alimentos pode ser explicado pela alta de preços da carne bovina, em decorrência de problemas na oferta do produto e uma melhora da renda da população, que, por sua vez, acarreta um aumento da demanda por carne. Também houve crescimento da demanda por arroz. Já o preço do café, que vem subindo há algum tempo, se deve à conjuntura internacional, com sérios problemas na produção do Vietnã que desestabilizaram a oferta no mundo todo”, diz Brandão.

A indústria extrativa, por sua vez, voltou ao campo negativo após dois meses de alta. De acordo com o IBGE, dois produtos exerceram maior peso nesse resultado, acompanhando a dinâmica vista no mercado internacional: óleos brutos de petróleo e minério de ferro e seus concentrados (sem pelotizado/sinterizado).

Embora os preços do setor tenham caído de forma expressiva em agosto, o saldo do setor em 2024 ainda é positivo na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2023”, afirma Brandão.

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/09/26/alimentos-respondem-por-mais-da-metade-da-inflacao-da-industria-em-agosto-diz-ibge.ghtml

 

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