Fabricantes europeus se unem para construir o “Forno do Futuro”, que operará com 80% de energia renovável. O projeto reunirá os melhores engenheiros de 20 empresas fabricantes de contêineres de vidro para poder lançar o primeiro forno híbrido de oxicombustível em larga escala do mundo operando com 80% de energia renovável. Este forno elétrico híbrido permitirá a substituição das atuais fontes de energia de combustíveis fósseis, substituindo 80% do gás natural por energia renovável e reduzindo as emissões de CO2 do forno em 50% a 60% do total.
É a primeira vez que os maiores produtores europeus de recipientes de vidro juntam seus recursos para trabalhar e financiar um projeto tão inovador, com um objetivo coletivo: a produção de recipientes de vidro sem impacto climático.
“Estamos muito orgulhosos de anunciar esse projeto colaborativo entre vários membros da indústria”, diz Michel Giannuzzi, presidente da Federação Européia de Embalagens de Vidro (Feve). “A tecnologia híbrida é uma mudança radical na maneira como produzimos e nos permitirá reduzir significativamente a pegada de carbono dos recipientes de vidro. Para a indústria do vidro, o projeto é um marco fundamental na implementação da estratégia comum de descarbonização ”.
Atualmente, os fornos tradicionais aceitam o vidro reciclado como principal matéria-prima; no entanto, o uso da eletricidade como principal fonte de energia é limitado aos fornos para pequenas produções de vidro que requerem o uso exclusivo de matéria-prima virgem (areia de sílica, calcário e carbonato de sódio), mas não material reciclado. Com a nova tecnologia de forno híbrido, essas limitações serão superadas e a indústria produzirá mais de 300 t / dia usando principalmente vidro reciclado. Para cada 10% a mais de vidro reciclado nos fornos, há uma redução adicional de 5% nas emissões de CO2 e uma redução de 3% no consumo de energia.
O investimento (capital e custo operacional) de um forno híbrido em comparação com um forno tradicional pode ser até € 40 M mais alto, um custo extra que deve ser amortizado nos 10 anos de sua vida útil. Essa amortização é possível graças ao menor custo de eletricidade em comparação ao gás natural (aproximadamente três vezes maior por MWh).
O Ardagh Group, o segundo maior fabricante de embalagens de vidro do mundo, se ofereceu para construir o forno na Alemanha em 2022 e deve começar em 2023. “Com essa nova tecnologia, embarcamos em um projeto de produção vidro sem impacto climático e garantimos a sustentabilidade a longo prazo da fabricação de embalagens desse material “, afirma Martin Petersson, CEO do Ardagh Group, Glass Europe.” Nosso objetivo é demonstrar a viabilidade de fornos elétricos em escala comercial, feitos que revolucionará o mercado de embalagens de vidro “.
Dar vida ao “forno do futuro” é um projeto extremamente ambicioso que requer recursos financeiros e humanos significativos, além de experiência e conhecimento em diferentes setores. Por esse motivo, alguns dos principais representantes da indústria prometeram trabalhar em conjunto com o objetivo de obter o apoio da Comissão Europeia por meio do Programa de Financiamento à Inovação.
A lista das 20 empresas fundadoras do “Forno do futuro” é composta por grupos com presença industrial na Espanha, como BA Glass, OI, Verescence, Verallia e Vidrala; além de outros como Allied Glass, Ardagh Group, Beatson Clark, Bormioli Luigi, Gerresheimer, GCA Gürallar Cam Ambalaj, Pochet, SGD Pharma, Steklarna Hrastnik, Stoelzle, Vetreria Etrusca, Vetropack, Wiegand-Glashüttenwerke e Zignago Vetro.
Por seu lado, a Feve é a Federação dos fabricantes europeus de recipientes de vidro para alimentos e bebidas, bem como recipientes de perfumaria, cosméticos e farmácias. A associação tem cerca de 60 membros, produtores de 80.000 M de recipientes de vidro por ano, através de mais de 160 fábricas espalhadas por 23 países europeus, com 125.000 funcionários.
Deixe um comentário