A rede de franquias Água de Cheiro, que tem cerca de 700 lojas no país, entrou com pedido de recuperação judicial (antiga concordata) na última sexta-feira (29), em São Paulo.
Segundo o advogado da empresa, Fernando Ferreira, trata-se de uma resposta ao pedido de falência que foi ajuizado contra a empresa em julho por um dos seus credores.
O advogado informa que os franqueados receberão um comunicado ainda nesta quarta-feira (3).
“O objetivo da empresa é permanecer ativa. Nada muda na relação com os franqueados, que continuarão a receber os produtos solicitados normalmente”, afirma.
Concorrência com importados afetou negócio
A empresa passava por um processo de reestruturação, mas alguns credores não aceitaram renegociar as dívidas.
De acordo com o advogado, o aumento da venda de produtos importados no país teria afetado a saúde financeira do negócio, o que comprometeu sua capacidade de pagamento.
Nos próximos dias, o pedido de recuperação judicial será avaliado por um juiz. Se aceito, a empresa deverá apresentar em 60 dias um plano que contemple de que maneira será feito o pagamento dos credores e o que irá fazer para se reerguer e evitar novas crises. O plano precisa ser aprovado pela maioria dos credores.
Marca foi fundada em 1976 e chegou a ter 900 lojas
Fundada em 1976 em Belo Horizonte, a companhia foi comprada em 2009 pelo empresário mineiro Henrique Pinto, fundador da construtora Tenda e da holding Globalbrás.
Sob a nova direção, a rede de lojas passou de 270 para quase 900, a maioria de franquias. A receita cresceu quase quatro vezes e atingiu R$ 375 milhões em 2011, informou a empresa na época.
Mas a Água de Cheiro não conseguiu sustentar o crescimento acelerado e teve dificuldades financeiras e operacionais, como falta de produtos. Muitos pontos fecharam.
No início de 2013, um grupo liderado pelo norte-americano Paul Block, que foi presidente da Revlon International por 17 anos e atua como conselheiro de empresas e investidor, anunciou sociedade com a Água de Cheiro.
Segundo fontes, os investidores estrangeiros desistiram do negócio poucos meses depois. Apenas o brasileiro Joe Lago permaneceu no negócio.
No fim de 2013, a Água de Cheiro firmou parceria com a Passion, distribuidora de perfumes importados que passou a vender seus produtos para a rede. A Aeger, empresa do mesmo grupo, do empresário Marcos Rothenberg, adquiriu a licença para fabricar e distribuir os produtos da marca
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