Matéria publicada nesta sexta-feira (4), no The Wall Street Journal, fala que a Avon Products Inc. está perto de fechar um acordo com a firma de private equity Cerberus Capital Management LP, numa tentativa de reverter a situação da combalida fabricante de produtos de beleza num momento em que um investidor ativista coloca sua mira na empresa.
A reportagem diz, que segundo fontes, a Avon está em negociações avançadas para vender seus negócios na América do Norte para a Cerberus. Como parte do negócio, a Cerberus faria um investimento minoritário na Avon que fortaleceria seu balanço. A Cerberus se tornaria a maior acionista da Avon e poderia ganhar assentos no conselho de administração. Os termos do possível negócio não puderam ser conhecidos, mas pessoas próximas afirmam que as negociações não estão fluindo bem e que a transação pode não se concretizar. Se um acordo for fechado, ele é esperado para este mês. Ao mesmo tempo, um grupo de investidores, incluindo o Barington Capital Group LP, acumulou uma fatia de cerca de 3% da Avon e planeja lançar uma campanha pública esta semana.
Em setembro, a Avon tinha mais de US$ 2 bilhões em dívidas e quase US$ 600 milhões no caixa.
O grupo, que também inclui a NuOrion Parners AG, acredita que a Avon não precisa do dinheiro de uma firma de private equity e ainda pode ajustar suas operações, acrescentando que o grupo se oporia a um acordo nos preços atuais. Mas, dizem as fontes, essa transação feita a um preço justo e associadas a mudanças na administração poderiam ser boas para os acionistas. O grupo acredita que um novo diretor-presidente que substituísse Sherilyn McCoy, assim como novos membros do conselho, poderiam estabilizar os negócios da Avon.
O The Wall Street Journal publicou em setembro que a Avon estava negociando a venda de uma participação minoritária para a Cerberus ou a Platinum Equity LLC e, em abril, que a empresa estava considerando estratégias alternativas, incluindo a possível venda das operações norte-americanas. Desde então, a Cerberus emergiu como a favorita para fechar um negócio de resgate com a empresa, de acordo com algumas dessas pessoas. O fato de que a Avon representa uma reviravolta tão desafiadora fez com que as negociações se prolongassem.
Os desdobramentos se somam ao drama que rodeia a icônica empresa americana de 130 anos. Mesmo que a vasta maioria das vendas da Avon venha de fora da América do Norte, abandonar seus negócios em seu país de origem seria a indicação mais contundente dos problemas que a empresa vem enfrentando nos últimos anos. Três anos atrás, a Avon rejeitou uma oferta de compra de US$ 11 bilhões e contratou McCoy. Mas seus resultados continuaram sofrendo à medida que os consumidores viram as costas para as vendas porta a porta pelas quais a Avon é conhecida e migraram para as compras na internet. As ações da Avon estão em queda livre, tendo despencado 61% este ano, o que reduziu o valor de mercado da empresa para apenas US$ 1,6 bilhão. Em setembro, a Avon tinha mais de US$ 2 bilhões em dívidas e quase US$ 600 milhões no caixa.
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