A Natura informou ao Valor que pretende buscar um executivo de mercado para ocupar a vice-presidência de finanças e relações com investidores (RI), cargo que estará vago com a saída de Roberto Pedote, anunciada para 30 de abril.
Enquanto um sucessor não é escolhido, Pedote vai continuar seu trabalho na Natura pelos próximos três meses, para garantir a continuidade dos projetos estratégicos sob sua responsabilidade e para contribuir na transição de seu sucessor, informou a companhia.
Em mais de seis anos na empresa, o executivo conduziu, segundo a Natura, evoluções relevantes nos processos jurídicos, de tecnologia da informação, de relações institucionais e de relações com investidores.
A saída de Pedote é um sinal de novos tempos para a fabricante de cosméticos, disse na sexta-feira a analista Maria Paula Cantusio, do BB Investimentos. “Há uma nítida tendência de troca no alto escalão da Natura, para adequar a empresa a um novo posicionamento estratégico”, afirmou.
Em agosto, a empresa anunciou a substituição de Alessandro Carlucci, que ocupava a presidência-executiva há dez anos, por Roberto Lima, ex-presidente da Vivo e da Credicard e conselheiro da Natura entre 2012 e o início de 2014.
Sobre o aumento da remuneração dos administradores de R$ 27,2 milhões para R$ 36,2 milhões, aprovada em assembleia na sexta-feira, a empresa disse que a diferença refere-se ao pagamento de cláusulas acordadas com o ex-presidente Alessandro Carlucci.
A Natura tem crescido menos que o mercado e perdeu espaço em categorias como perfume e maquiagem. Em novembro, o presidente da companhia Roberto Lima disse ao Valor que “a Natura passou por um período de crescimento muito acelerado, com taxas de dois dígitos bastante elevadas nos últimos anos e, portanto, num determinado momento, ela tem que se adaptar à dimensão que criou.” Ele observou que a companhia já fez, em 2011, o trabalho de organização de “processos administrativos, de absorção de tecnologia da informação, de reaparelhamento da sua capacidade de produção e distribuição”. A Natura, então, continuou ele, “está preparada para mais um ciclo de desenvolvimento, que começa agora.”
A Natura, e outras fabricantes de cosméticos que têm em suas estruturas atacadistas para distribuir seus produtos, também precisam se adequar a um novo decreto, o 8.393, de 29 de janeiro. As empresas atacadistas, que antes não pagavam Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), vão passar a ser tributadas. As fábricas já pagavam IPI.
Fonte:http://www.valor.com.br/empresas/3899554/natura-buscara-no-mercado-novo-executivo-de-financas
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