A varejista de moda Renner teve lucro líquido de R$ 50,9 milhões no primeiro trimestre, alta de 135,6% em relação ao ganho apurado no mesmo período do ano passado. O resultado, que superou a projeção de analistas consultados pelo Valor, foi puxado pela assertividade das coleções de outono e inverno e pela diluição de gastos fixos, disse Laurence Beltrão, diretor financeiro da empresa.

A receita líquida avançou 12,6%, para R$ 938,6 milhões. Nas lojas abertas há mais de um ano – “mesmas lojas” – as vendas subiram 5,4% na comparação anual.

Segundo Beltrão, a Copa do Mundo gera hoje um ambiente de incertezas sobre o comportamento das vendas da Renner durante o segundo trimestre, em função dos feriados em dias de jogos. A questão climática – quanto mais frio, melhor para o setor de vestuário – é outra variável que pode afetar a performance da empresa no período, ressaltou o executivo.

No entanto, os programas de eficiência operacional em andamento permitirão à Renner manter a sua rentabilidade, disse Beltrão. “Estamos preparados caso o efeito da Copa do Mundo nas vendas seja muito agressivo”, afirmou o executivo. Para Beltrão, o cenário de vendas e margens de lucro este ano é bastante semelhante ao de 2013 para a varejista.

No primeiro trimestre, os custos e as despesas da companhia subiram 10,7% e 6,7%, respectivamente, ambos em patamar inferior às vendas. Isso elevou o lucro antes de juros e impostos da Renner em 81,3%, para R$ 83,7 milhões e a margem operacional em 3,4 pontos percentuais.

Segundo Beltrão, o comportamento de baixo crescimento das despesas é resultado de programas como o Mais Simples, que visa enxugar a estrutura administrativa da companhia e do projeto de eficiência logística, que melhora a velocidade de reposição de peças nas lojas e reduz a quantidade de remarcações.

O resultado final da Renner no trimestre ultrapassou em 88% a média de previsões dos bancos BTG Pactual, Santander, Credit Suisse e Goldman Sachs, que apontava para um lucro de R$ 27 milhões no período.

A Renner obteve um ganho de R$ 61,4 milhões com a sua operação de financiamento aos clientes no primeiro trimestre, alta de 29,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo Beltrão, os destaques nesse segmento foram as operações do cartão “co-branded” e a queda, de 2,1% para 1,7%, no nível de perdas no cartão sobre a carteira de crédito.

Assim como ocorreu com as vendas de vestuário, a operação financeira da Renner também ganhou eficiência com o forte controle de gastos, destacou o executivo. As despesas operacionais dos produtos financeiros cresceram apenas 7%, enquanto a receita subiu 15,5%.

Durante o trimestre, a Renner investiu R$ 77,4 milhões na preparação e inauguração de lojas – três da Renner e duas da Camicado, rede de utensílios para o lar -, assim como no novo centro de distribuição da varejista, que está sendo construído em Santa Catarina.

 Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3531994/lucro-da-renner-mais-que-dobra-ate-marco

 

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