O banco UBS acredita que o aumento de capital de até R$ 6,2 bilhões anunciado hoje pela Natura &Co pode fortalecer sua estrutura de capital e acelerar o processo de integração da Avon.
Se somado à oferta subsequente feita no começo do ano, lembra o banco, a Natura irá captar cerca de R$ 8 bilhões em 2020. Os recursos serão utilizados, segundo a empresa, para otimizar a estrutura de capital com o pagamento de dívidas denominadas em dólares americanos, investir na transformação digital, além da integração da Avon.
A Natura encerrou o segundo trimestre com uma posição de caixa de R$ 7,39 bilhões, uma dívida total de R$ 19,89 bilhões e ganhos com hedge de R$ 1,875 bilhão. Isso se traduz em uma dívida líquida de R$ 10,62 bilhões, ou uma alavancagem (sem IFRS 16) de 4,83 vezes.
O banco lembra que a Avon possui 4 notes com um valor principal total de US$ 1,6 bilhão (ou R$ 8,9 bilhões na taxa de câmbio atual) e taxas anuais variando de 5% a 7,88%. Outras dívidas são precificadas em reais, moedas locais ou trocadas para reais (título de US$ 750 milhões levantado em 2018).
“Acreditamos que a Natura usará seus recursos para reduzir sua exposição a dívidas denominadas em dólares americanos de alto rendimento.” Se a Natura usar R$ 6 bilhões para refinanciar a dívida existente, a alavancagem cairia para 2 vezes.
A empresa também divulgou que espera receita líquida entre R$ 9,9 bilhões e R$ 10,3 bilhões — alta de 25% a 30% em relação a um ano antes — no terceiro trimestre. Os dados são preliminares, mas são muito mais forte do que a estimativa de R$ 8 bilhões do banco, sugerindo que a Natura está se recuperando mais rápido do que o esperado das tendências relacionadas à covid-19, e também está ganhando algum fôlego com o real mais fraco ante o dólar.
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