Companhia projeta números fortes para 2020, apesar da crise
A multinacional americana Procter & Gamble (P&G) concluiu neste mês o processo de ampliação e modernização de sua unidade fabril em Seropédica (RJ), dedicada à manufatura dos produtos de cabelo e higiene bucal, como as marcas Pantene e Oral-B. A companhia mantinha duas instalações industriais no Estado do Rio de Janeiro e, agora, toda a produção será consolidada na estrutura mais nova. No total, ao longo de dois anos o investimento foi superior a R$ 1 bilhão.
“Já temos outros investimentos no radar, porque temos um compromisso de longo prazo com o Brasil. O país é o terceiro maior mercado global para as categorias que a gente atua e não somos, ainda, a terceira subsidiária da P&G”, afirma ao Valor, Juliana Azevedo, presidente da P&G no Brasil. Atualmente, a companhia comercializa seus produtos em 180 países e opera diretamente em 70 deles.
O ano de 2020 foi, segundo a executiva, um período de altos e baixos. Em março, por exemplo, as vendas tiveram um pico com a corrida das pessoas aos mercados para estocar itens devido à quarentena imposta pela covid-19. No mês seguinte, as vendas caíram fortemente. A sequência foi de oscilações, uma marca do período de imprevisibilidade no mundo dos negócios criado pela doença. Ainda assim, Juliana avalia que a empresa conseguirá terminar o ano com números mais fortes do que em 2019.
Em dezembro, a P&G encerra o segundo trimestre de seu ano fiscal de 2021. De julho a setembro, a empresa viu as vendas globais crescerem 9%, para US$ 19,3 bilhões. A subsidiária não detalha seus números, mas as pesquisas mais recentes da consultoria Nielsen mostraram um aumento de 0,5 ponto percentual em penetração de mercado no varejo físico. “E essas leituras ainda não consideram o comércio on-line, no qual quase dobramos a penetração em nossas categorias.”
Além da fábrica de Seropédica, a empresa mantém dois centros de distribuição no Estado do Rio de Janeiro: um na capital (para as marcas de saúde, recém-adquiridas da Merck) e o segundo, em Itatiaia, é responsável por distribuir cerca de R$ 2,3 bilhões em produtos. No país, também tem um centro de distribuição em Recife (PE) e fábricas em Manaus (AM) e Louveira (SP).
Em Louveira está o centro de inovação da P&G no Brasil, com 150 cientistas e um espaço destinado a simular a casa do consumidor. Com a mudança da produção das marcas de xampu, condicionador e tratamento para Seropédica, essa categoria acelera o cronograma de lançamentos, já que as inovações testadas na unidade paulista agora conseguem ser manufaturadas em grande escala.
O primeiro resultado da mudança da antiga fábrica na capital fluminense para a unidade mais nova chega ao mercado em janeiro, com o relançamento de toda a linha Pantene. “A nova tecnologia da composição dos produtos demandava maquinário mais novo. E tem outros tratamentos que virão, pois essa categoria seguirá sendo nosso carro chefe”, diz a presidente. Nesse segmento, o Brasil responde pelas vendas de metade do que é produzido pela P&G na América Latina.
Já Oral-B deve lançar novos cremes dentais além de ampliar a oferta de escovas elétricas, tornando-as mais acessíveis. “Temos conseguido reduzir o tempo de inovação. Em julho a dezembro aumentamos em 30% as inovações se comparado ao mesmo período do ano passado”, diz a executiva.
Com a consolidação das operações em Seropédica, a unidade responde por cerca de 1,2 mil empregos diretos e indiretos.
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