De acordo com a companhia, a oferta pública inicial da unidade de negócios de luxo e bem-estar vem sendo avaliado como forma de “financiar seu crescimento acelerado”
A fabricante de produtos de beleza e higiene pessoal Natura &Co informou, na noite desta segunda-feira (17), que seu conselho de administração autorizou o início de estudos comparativos sobre uma oferta pública inicial (IPO) ou uma cisão da australiana Aesop, que pode ser seguida de uma potencial oferta pública.
De acordo com a empresa, o IPO da Aesop, unidade de produtos de luxo e bem-estar comprada em 2013 pela Natura, vem sendo avaliada como forma de “financiar seu crescimento acelerado”.
A Natura &Co informou ainda que a aprovação dos estudos ocorreu nesta segunda-feira e, portanto, em 15 de setembro ainda não haviam sido discutidas ou avaliadas tais medidas. À época, reportagem do Valor apontou que a companhia preparava uma reorganização, incluindo a possível separação da Aesop e também a venda da The Body Shop, marca inglesa comprada em 2017.
De acordo com o comunicado desta segunda-feira, caso a operação seja realizada, ou não, os negócios da Aesop continuariam a ser liderados por seu diretor-presidente, Michael O’Keeffe, por meio de uma holding a ser listada nos Estados Unidos. A holding deteria as subsidiárias da Aesop.
“A Aesop é atualmente uma subsidiária da Natura Cosméticos e qualquer IPO ou spin-off só será realizado na medida que for do melhor interesse da Natura &Co, e após a conclusão de uma reorganização societária que pode exigir aprovações de acionistas, credores e reguladores”, afirma a empresa.
Além da Aesop e The Body Shop, a companhia ainda é dona de Natura e Avon. Esta foi comprada em 2019 e levou a empresa ao formato atual, batizada de Natura &Co. O plano, então, era se tornar uma plataforma global de marcas de beleza, no modelo da L’Oréal. Nos últimos meses, a expectativa de analistas de bancos e gestores de ações é que a estrutura seja simplificada. No segundo trimestre deste ano a empresa teve prejuízo de R$ 766 milhões. Um ano antes havia tido lucro de R$ 235 milhões. A receita líquida caiu 8,6%, para R$ 8, bilhões no mesmo período.
Em junho deste ano, o comando global da Natura & Co mudou — Fábio Barbosa, que fazia parte do conselho de administração, entrou no lugar de Roberto Marques, no posto desde 2017. A missão inicial de Barbosa é deixar a companhia mais enxuta e dar mais autonomia às unidades de negócios.
Deixe um comentário