A Coty ampliará seu portfólio de perfumes importados no Brasil a partir de abril, incluindo rótulos como Adidas e Gabriela Sabatini. A fabricante de cosméticos já atua no país no segmento de fragrâncias de luxo, com nomes como Gucci, Burberry e Hugo Boss. A novidade é a estreia no mercado de perfumes mais populares, com preços de R$ 80 a R$ 249, abrindo concorrência com Natura e O Boticário.
A expectativa é de que os produtos estejam disponíveis nas próximas semanas em pelo menos 5 mil pontos de venda, número que pode chegar a 15 mil considerando a atual rede de distribuição da Coty. A companhia é líder no mercado de esmaltes no Brasil com a marca Risqué, além de possuir a segunda maior participação de mercado em hidratantes com as marcas marcas Monange e Paixão.
A Coty não revela o investimento para trazer os novos rótulos ao país, mas afirma que vai aproveitar a estrutura logística que já usa para importar os perfumes de alto padrão. “O processo é o mesmo das fragrâncias de luxo, então conseguimos usar toda a estrutura que já temos para ampliar o portfólio. O investimento foi muito mais em entender o consumidor”, diz o principal executivo da Coty na América Latina no Brasil, Nicolas.
As pesquisas realizadas no Centro de Excelência em Barueri (SP) apontaram que o consumidor brasileiro tem preferência por notas olfativas florais, amadeiradas e cítricas, o que norteou a escolha dos primeiros produtos a serem importados. “Nós mapeamos as notas e olhamos quais os produtos melhores para esse conceito. Se você não tem essa clareza do que o consumidor gosta, não vai funcionar”, afirma Fischer.
Apesar do tíquete médio mais baixo, a Coty aposta que as novidades também devem provocar o chamado aspiracional nos clientes, que poderão ter rótulos assinados por celebridades. “Aqui você vai estar com produtos que permitem ter acesso a essas marcas como Katy Perry e Adidas, que são desejadas”. Além disso, deve haver uma intersecção com o mercado de luxo, considerando que o brasileiro médio usa de 4 a 5 perfumes simultaneamente.
O executivo lembra que a Coty nasceu na França, em 1904, como uma empresa de fragrâncias. O objetivo, agora, é disputar também o mercado massivo no Brasil. Segundo a Euromonitor, os brasileiros são os que mais consomem perfumes populares, abaixo de R$ 249. Se forem consideradas todas as fragrâncias, o Brasil aparece em segundo lugar, atrás dos Estados Unidos.
“A Coty chega em 70% dos lares brasileiros, temos uma distribuição que permite chegar a todo o país e somos uma das maiores casa de produto do mundo. Queremos juntar as duas coisas”, explica.
A grande oportunidade, na visão de Fischer, é o modelo de distribuição atual da perfumaria brasileira. O executivo exemplifica que O Boticário opera em lojas próprias, enquanto a Natura tem expertise nas vendas porta a porta com consultoras. A Coty vai apostar em locais de venda como farmácias e lojas de cosméticos.
Fischer observa que as perfumarias massivas, ou populares, tem um portfólio pequeno de fragrâncias, atuando muito mais como revendedoras de produtos cosméticos para cabelos e unhas. As drogarias, por outro lado, têm seu mix de receitas cada vez menos dependente dos medicamentos. “Hoje em dia uma das categorias que mais se vendem dentro de farmácias é a de dermocosméticos”, aponta.
A ideia, porém, não é oferecer os produtos em supermercados ou atacarejos. “Esmalte é uma categoria que você encontra no supermercado, mas é um sortimento menor porque o consumidor não vai lá pra isso, vai para comprar arroz e feijão. Não espero vender esmaltes e fragrância em atacarejo”, exemplifica Fischer.
O diretor observa ainda que durante a pandemia as fragrâncias ampliaram suas vendas pela internet, em plataformas digitais, e ele vai usar este canal para vender os perfumes e fazer campanha de marketing.
“Se achava no passado que se não cheirar o produto não vai comprar, mas muitos já conhecem o produto, têm confiança na marca” afirma Fischer.
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