Segundo executivo, grande parte do que foi planejado para a marca ainda não foi implementado, em especial pelo impacto da pandemia do coronavírus
Comprada pela Natura em janeiro, a integração da Avon é um dos pontos mais críticos para a companhia. Embora a pandemia do novo coronavírus tenha acelerado o processo e atingido sinergias de US$ 25 milhões ainda no segundo trimestre, as vendas da marca apresentaram queda de 31% no Brasil, 37,8% na América Latina e de 21,6% na divisão internacional, que abrange países na Europa e Ásia.
No Brasil, porém, o diretor da Natura&Co América Latina, João Paulo Ferreira diz que já há sinais de melhora.
Na Avon vimos uma queda de receita no segundo trimestre pela pandemia e pelo ataque. Já iniciamos um plano de retomada e estamos animados. Algumas das conquistas que tivemos no primeiro trimestre estão sendo implementadas agora e já vimos sinais de melhora no segundo e no terceiro trimestre. Ainda vemos alguma tendência de queda, mas isso deve se reverter em breve.”
Ainda segundo o executivo, com relação ao ano anterior, o fim do trimestre já mostrou melhora para a Avon no Brasil, se desconsiderado o ataque cibernético em junho, mas o desempenho da marca na América Latina ainda é “mais complicado”.
O ataque cibernético às operações da Avon atingiu principalmente as vendas nos mercados latino-americanos. No total, R$ 450 milhões de receita deixaram de ser registrados no segundo trimestre, sendo faturados no terceiro trimestre. Desse valor, R$ 390 milhões foram da operação da América Latina e R$ 60 milhões das operações em outros mercados.
O presidente da Natura&Co, Roberto Marques, diz que o ataque atingiu servidores que enviavam os pedidos dos produtos, o que levou à postergação das receitas para o terceiro trimestre. “Mas comunicamos as revendedoras, as vendas já foram faturadas no terceiro trimestre e avaliamos que isso já está resolvido.”
Deixando o ataque para trás, Marques diz que a visão está sendo bem conservadora para a Avon, mas que indicadores como o crescimento exponencial da digitalização e utilização das plataformas digitais da marcas já sinalizam avanços. “Vendas através dos catálogos digitais cresceram 200% em relação ao trimestre e estamos tentando utilizar tudo que aprendemos com a Natura para acelerar o avanço da Avon.”
Segundo Marques, grande parte do que foi planejado para a marca ainda não foi implementado, em especial pelo impacto da pandemia do coronavírus. “Estamos muito animados com o relançamento da marca. Queremos desenvolver a marca Avon da mesma forma que fortalecemos a da Natura. Queremos que ela fique mais moderna e atualizada.”
No Brasil, o diretor João Paulo Ferreira, diz que a marca já está em processo de fortalecimento. “Isso pode ser atribuído ao fato de que a Avon sempre foi uma marca icônica e outro motivo é que ela é democrática e mais acessível em questão de preços e em situações como as atuais, os clientes tendem a buscar essas marcas.”
Deixe um comentário