Na visão do presidente da Natura, João Paulo Ferreira, faltam de instrumentos de valoração das iniciativas voltadas ao meio ambiente
O presidente da Natura, João Paulo Ferreira, foi firme ao defender a importância da transformação das empresas na direção de zerar suas emissões de carbono o quanto antes.
“Não tenho dúvida que em poucos anos as empresas que não forem neutras em carbono vão ser tratadas como empresa que hoje usam mão de obra infantil ou escrava”, disse, durante o 10º Congresso Sustentável de 2021 – Brasil 2050: negócios regenerativos, inclusivos e resilientes. Até 2030, a Natura quer ser neutra em carbono. O grupo irá investir US$ 100 milhões em pesquisa e desenvolvimento nos próximos 10 anos para atingir essa meta.
Na visão do executivo, faltam de instrumentos de valoração das iniciativas voltadas ao meio ambiente. “Os ganhos são facilmente computados, mas os efeitos nocivos e negativos são difusos e espalhados pela sociedade”, disse.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), reforçou a importância da ação das empresas na direção de proteger a Amazônia, mas fez duras críticas à atuação do governo federal neste momento. Segundo ele, mesmo que empresas, estados e municípios façam sua parte, ainda não seria suficiente sem a ajuda do governo federal.
“É importante que nós consigamos que em algum momento a esfera federal volte a ter papel de liderança para que esses esforços sejam potencializados”, disse.
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, foi ainda mais firme ao dizer que talvez será necessário um debate para enquadrar o desmatamento a partir da ineficiência do governo e considerar o comportamento como crime de responsabilidade.
“A precarização do meio ambiente compromete o exercício dos direitos individuais e sociais. São crimes de responsabilidade atos do presidente da república que atentam contra a Constituição”, disse.
O ex-ministro lembrou ainda que o primeiro dever do presidente da república, antes mesmo de promover o bem geral, é defender e cumprir a Constituição. “O fato é que em matéria de meio ambiente, a Constituição tem sido descumprida sistematicamente”, afirmou.
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