A marca do Grupo Boticário fatura R$ 1 bilhão e segue tendo a venda direta como principal canal, mas projeta finalizar o ano com oito lojas em operação. A Eudora completa nove anos no próximo mês de fevereiro. Apesar de curta, sua trajetória já passou por muitas mudanças. A marca pertencente ao Grupo Boticário nasceu em 2011, como uma startup multicanal. Com um apelo sensual, chegando a ser comparada à norte-americana Victoria’s Secret – o que afastou consumidoras que acreditavam que os produtos eram importados e caros –, a empresa não deslanchou.
As lojas foram fechadas e o foco se direcionou às vendas diretas – modalidade de negócio que movimenta de R$ 45 bilhões ao ano no Brasil, de acordo com a ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas). A marca também passou por um processo de “suavização” e se voltou a mulheres urbanas e maduras, de 25 a 45 anos.
Com o novo posicionamento, a Eudora cresceu. Pontos de distribuição exclusivos para as revendedoras se espalharam por todo o país – são cerca de 70 atualmente – e sua força de venda se expandiu rapidamente. “Por uma questão estratégica, não abrimos esses dados, mas o número de representantes já é considerado quatro vezes maior, levando em consideração o período de 2015 para 2018”, afirma Renata Gomide, diretora de marketing da marca. “A venda direta representa um canal muito forte para Eudora e tem um papel importantíssimo e complementar para os outros canais”, acrescenta.
Quiosques foram abertos em diferentes estados brasileiros e as lojas próprias voltaram aos planos da marca. Seis unidades estão em operação e a marca projeta fechar 2019 com outras duas. A mais recente, inaugurada no final de setembro, em São Paulo, conta com projeto especial de iluminação e bancadas de atendimento inspiradas no conceito de camarins para proporcionar maior interação do consumidor final com os produtos.
“Hoje, a Eudora atua por meio de uma estratégia multicanal, que inclui venda direta, lojas próprias, quiosques e e-commerce, além do Espaço da Representante”, informa Gomes. Segundo ela, cada canal entrega uma experiência de compra, atendendo assim a perfis variados de clientes.
“O atendimento em casa permite um contato mais próximo. Na loja, é possível conhecer e testar os produtos. Já para quem está no ambiente digital, as compras podem ser realizadas online”, diz a diretora de marketing. “Acreditamos que esta multicanalidade garante que um meio seja complementar ao outro, ajudando a marca a ser conhecida em diferentes pontos, por diferentes públicos”.
Desde 2017, a Eudora também marca presença – ainda discreta – no varejo. “Os produtos da linha de cuidados capilares Siàge são vendidos na rede farma. A iniciativa faz parte da estratégia de expansão da marca para oferecer ao consumidor mais um canal de venda”, explica Gomide. Lojas da Drogaria São Paulo, PanVel, DrogaRaia estão entre os pontos de venda – elas também comercializam a linha corporal e de hair care Sou, da concorrente Natura.
Com um catálogo que inclui mais de 600 produtos, entre maquiagens, perfumaria, artigos para pele e cabelos, além de acessórios, a Eudora atingiu em 2018 uma receita de R$ 1 bilhão, sendo a segunda maior marca do Grupo Boticário. O conglomerado formado por O Boticário, The Beauty Box, Quem Disse, Berenice?, Vult e Multi B, além da Eudora, registrou vendas líquidas de R$ 13,2 bilhões no período, com aumento de 7,5% em relação ao ano anterior. A Eudora não revela a expectativa de faturamento em 2019.
Fonte: https://www.brazilbeautynews.com/eudora-reforca-estrategia-multicanal-com-abertura,3430
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