O ano de 2020 deveria ser apenas de comemoração para a Granado. Em janeiro, a companhia fundada no Brasil por um imigrante português como uma botica completou 150 anos e chegou a organizar uma exposição para celebrar sua longa trajetória no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. Agora, enfrentar uma pandemia e todas as suas consequências na vida e nos negócios será outro fato para entrar na linha do tempo da Granado/Phebo neste ano icônico. Mas se as lojas estão fechadas, no e-commerce as marcas do grupo têm mostrado sua força. Em março, as vendas subiram 207% e em abril (até o dia 21) o percentual de crescimento era de 352%.
Já neste mês de maio, tendo como foco o Dia das Mães e o cenário brasileiro, que demanda doses extras de solidariedade, em qualquer formato, inclusive de álcool em gel, a Granado doará para a Unicef uma unidade do produto a cada venda feita em seu site, nas compras entre 4/05 e 10/05 (em março, haviam sido doados cinco mil litros de sabonete e xampu; e em abril, mais de R$ 200 mil à campanha Rio Contra Corona, do movimento União Rio).
E movimentar os negócios também demanda parcerias. Também para o Dia das Mães, produtos da linha Amazonian Phebo (esponja vegetal e sabonete) serão vendidos junto com um robe da grife feminina Eva, do Grupo Reserva. Sissi Freeman, diretora de marketing da Granado/Phebo comenta esta e outras iniciativas na entrevista a seguir.
Meio & Mensagem – Qual era o status da operação de e-commerce da Granado antes da pandemia, em relação a este momento em que o e-commerce se tornou – para muitas marcas – o único canal de vendas?
Sissi Freeman – Há anos o site vem crescendo e desde o ano passado passou a disputar o primeiro lugar entre as lojas da Granado/Phebo. Por conta da alta demanda nas últimas duas Black Fridays, no final do ano passado ele foi inteiramente reformulado para facilitar a compra para o cliente e o faturamento internamente.
M&M – Depois do confinamento, fizeram alguma alteração em sua operação de e-commerce? Se sim, em que sentido principalmente? (estrutura, interface com o usuário?)
Sissi – Em março e abril, tivemos um crescimento de 600% em relação ao mesmo período no ano anterior. Por conta disto, tivemos que aumentar o número de pessoas no faturamento para agilizar o envio dos pedidos. Em março, oferecemos frete grátis e descontos aos consumidores e em abril 10% das vendas foram doados para o União Rio/ Rio Contra o Corona.
M&M – Vocês tiveram uma alta na demanda do e-commerce, claro, mas como está a questão logística para entregas? O Brasil sempre foi apontado como complicado nessa frente. Isso melhorou ultimamente ou depende da região?
Sissi – Temos uma longa parceria com os Correios e eles têm nos atendido super bem. Por conta do alto número de pedidos, aumentamos um pouco o prazo de entrega e para agilizar o faturamento, eles nos ofereceram uma equipe para ajudar na etiquetagem dos pacotes.
M&M – Estamos nos aproximando do Dia das Mães, que costumava ser para o varejo “o segundo Natal”. Qual sua expectativa com a data este ano? E quais foram os principais impactos disso tudo na comunicação das marcas do grupo?
Sissi – Por mais que o site esteja vendendo muito bem, não tem como ele compensar as mais de 80 lojas fechadas. Tínhamos alguns lançamentos para a data que guardamos para o segundo semestre e outros como a colônia Violeta que estava chegando às lojas foi mantido, mas com mídias com QR Code levando para o site. Também fizemos um catálogo virtual e aumentamos as mídias online e trabalho com influenciadoras.
M&M – Vi que, com Phebo, vocês fizeram uma parceria com a Eva, grife feminina do grupo Reserva, para Dia das Mães. Qual a importância da colaboração entre as marcas em tempos normais e neste momento atípico que vivemos em especial?
Sissi – As colaborações são sempre positivas porque nos expõem e apresentam para públicos novos. Hoje esta troca é ainda mais importante, já que a divulgação acaba sendo feita por meio das mídias sociais e muitas vezes revertem diretamente em vendas no site. A Eva é uma marca jovem, criativa que acreditamos ter muito em comum com o público da Phebo que busca cor e ousadia em suas criações.
M&M – Soube que vocês esperam que parte da alta registrada agora no e-commerce se mantenha, mesmo após a pandemia e a flexibilização do confinamento. É possível estimar de quanto seria essa alta?
Sissi – Vimos um grande aumento de novos cadastros de clientes e também de consumidores de faixas etárias mais elevadas. Acreditamos que estejam comprando por meio deste canal online pela primeira vez e que se a experiência for positiva, possam voltar a comprar desta forma. O nosso site também oferece coleta em loja, o que minimiza o tempo que o consumidor ficará dentro da loja, o que acreditamos também ser uma tendência pós pandemia.
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