A Natura fechou um acordo para compra de créditos de carbono emitidos pela Engie Brasil Energia (EBE), com o objetivo de compensar suas emissões de gases de efeito estufa em 2019. A EBE vai emitir os créditos por meio de uma usina de cogeração a biomassa de resíduos de madeira, localizada em Lages, na região serrana de Santa Catarina.

O objetivo da companhia de cosméticos é compensar 100 mil toneladas de CO2. A iniciativa faz parte do programa “Compromisso com o Clima”, conduzido pelo Instituto Ekos Brasil, em parceria com a Natura e o Itaú. Por meio de uma plataforma, o instituto capta e seleciona projetos de redução ou remoção de emissões de gases de efeito estufa para empresa do setor privado. O programa conta também com o apoio da B3 e da Renner.

A Natura conduz um programa de compra créditos de carbono para compensar as emissões desde 2007. Nos últimos seis anos, a companhia passou também a realizar compensações por meio de seus próprios processos de produção, com pagamento às cooperativas parceiras e famílias agricultoras que comprovam manutenção de área florestal conservada.

De acordo com o diretor de comercialização da EBE, Gabriel Mann, o interesse pela compra de créditos de carbono cresceu este ano no Brasil. “Desde 2012 temos projetos deste tipo habilitados, mas no começo o volume maior [de créditos] era vendido para fundos internacionais, não para empresas. As companhias agora estão buscando não somente reduzir emissões de CO2, mas também compensar o volume que ainda não conseguem reduzir, por meio da compra dos créditos”, diz o executivo.

O diretor acredita que o movimento está ligado ao aumento do interesse por práticas socialmente e ambientalmente responsáveis (conhecidas pela sigla ESG, em inglês). Até o momento, o mercado de carbono tem se movimentado principalmente por práticas voluntárias de empresas, mas Mann destaca que o eventual estabelecimento de metas compulsórias de redução de emissões por parte dos governos podem impulsionar ainda mais o setor no futuro.

“Apesar de ser crescente, esse mercado é incipiente e pode se tornar ainda maior do que é hoje. Acreditamos que os compromissos voluntários das empresas tendem a continuar crescendo também”, diz o diretor.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/12/21/natura-compra-creditos-de-carbono-da-engie.ghtml

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