Em comunicado interno, o Comitê Executivo convida gerentes e diretores a reduzir, de forma voluntária e confidencial, seus salários em até 20%
A Natura & Co, holding que controla as empresas de cosméticos Natura, Avon, The Body Shop e Aesop, está adotando um processo voluntário de redução salarial de lideranças durante a crise do novo coronavírus, causador da infecção respiratória covid-19. Os membros do comitê operacional do grupo, composto pelos presidentes de cada empresa, anunciaram que vão reduzir seus salários em até 30% nos meses de abril, maio e junho. O conselho de administração também reduziu sua remuneração.
Em comunicado interno enviado na última segunda-feira, 14, o comitê executivo afirma ter sido convidado a participar do movimento e estendeu o convite para diretores e gerentes reduzir seus salários brutos em até 20% nos próximos três meses.
Segundo o texto, a adesão é voluntária e confidencial e não irá trazer impactos sobre o programa de participação nos lucros e resultados (PLR) e nem sobre outros benefícios. As lideranças podem comunicar suas decisões até o dia 17 de abril, para que as alterações sejam feitas na folha de pagamento.
“Convidamos cada um e cada uma a analisar sua situação individual e decidir com base no que fizer mais sentido, diante de seu momento pessoal e profissional. Temos certeza de que, qualquer que seja sua escolha, estamos todos comprometidos em construir a melhor empresa de beleza para o mundo”, escreve o comitê executivo.
Como os diretores e gerentes não estão submetidos a um controle de jornada de trabalho, o comunicado diz que uma eventual redução proporcional de carga de trabalho deve ser analisada caso a caso com os gestores e o departamento de recursos humanos.
O texto ainda afirma que os que decidirem por participar da iniciativa devem “autogerir suas entregas de trabalho” para ter mais tempo para se dedicar a assuntos pessoais e outras possíveis necessidades geradas com a pandemia.
O comunicado interno é assinado pelos membros do comitê executivo da Natura & Co América Latina: Agenor Leão, Ana Costa, Andrea Alvares, Axel Gegenschatz, Daniel Silveira, Diego de Leone, Erasmo Toledo, Flavio Pesiguelo, João Paulo Ferreira, Josie Romero e Paula Andrade.
Em março, a Natura & Co América Latina assumiu compromissos de não adotar programas de demissão até o final de maio. A companhia, que tem mais de 18.000 funcionários na região, assinou o manifesto #nãodemita, adotado por mais de 1.000 empresas brasileiras.
Além disso, a empresa está priorizando a produção de itens essenciais, como sabonetes e shampoos. A fabricação das linhas de maquiagem estão paradas e as fábricas de perfume foram adaptadas para produzir álcool em gel líquido para doação.
E as fábricas de perfume, da noite para o dia, passaram a produzir álcool em gel e líquido para doação a partir de uma lista de fornecedores que começou com Usina São Martinho e depois incluiu Raízen, Basf e segue crescendo. O grupo doou ainda 2,8 milhões de unidades de sabonetes, com ajuda de Organizações Não Governamentais (ONGs) e da Cruz Vermelha.
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