Grupo lucra R$ 235 milhões no segundo trimestre e ganha mercado
O grupo de beleza Natura &Co. registrou um aumento expressivo de receita de abril a junho e reverteu o prejuízo que havia registrado no segundo trimestre de 2020, de R$ 79,7 milhões. Nesse mesmo período neste ano, a companhia teve lucro de R$ 235 milhões, com a operação da Avon mostrando melhora constante e novos ganhos de sua integração ajudando a sustentar o crescimento. Somente em sinergias, a empresa registrou ganhos de US$ 76,5 milhões nos primeiros seis meses.
A receita líquida do grupo alcançou R$ 9,5 bilhões, alta de 36,2% em reais e de 31,7% em moeda constante, em relação ao segundo trimestre de 2020, impulsionada pelo avanço de dois dígitos nas vendas de suas quatro marcas: Natura, Avon, The Body Shop e Aesop. Os destaques de vendas foram as categorias de cuidados com a pele, tanto corpo quanto rosto, e perfumes.
“Estamos crescendo bem mais que todo o setor de beleza e ganhando participação de mercado. Isso é importante e é parte de nossa estratégia e de tudo que pensamos com a aquisição de Avon”, diz Roberto Marques, presidente da Natura &Co.
A divisão de Natura &Co América Latina registrou forte desempenho. Sua receita líquida cresceu 39,2% em reais no segundo trimestre. A receita líquida da marca Natura subiu 25% em reais, com crescimento de 8% no Brasil – impulsionado pelas campanhas de Dia das Mães e Dia dos Namorados -, e de 67,8% na América Hispânica. As vendas on-line superaram em 4,3 vezes os níveis pré-pandemia. Já a receita líquida da Avon cresceu fortemente, com alta de 59,3% em reais. Se o desempenho for observado por regiões, a receita da marca cresceu 26,2% no Brasil e 83% na América Hispânica.
“Do ponto de vista de geografia, tivemos performance muito forte na América Hispânica, o que é um mérito do time. A Natura foi recentemente eleita a marca mais admirada de toda América Latina”, afirma Marques. No caso da marca Natura, o México se tornou o maior mercado em receita depois do Brasil.
A Avon Internacional também teve crescimento de receita, de 33,6% em reais, com destaque para as operações na Polônia e na África do Sul. A receita da The Body Shop avançou 24,3% em reais e a Aesop registrou crescimento de 47% na receita líquida do segundo trimestre em comparação ao mesmo período de 2020.
O executivo se diz confiante de que a companhia entregará as projeções feitas ao mercado, de atingir, em 2023, crescimento anual composto em vendas de um dígito alto (algo entre 8% e 9%). “Nosso objetivo é continuar ganhando mercado. Neste trimestre, apesar de vários mercados estarem operando com muita restrição, tivemos bom crescimento de vendas e lucro”, diz.
A companhia vem registrando melhoria de rentabilidade. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que exclui efeitos não recorrentes, cresceu 31,9%, chegando a R$ 811,2 milhões, com margem de 8,5%. No semestre, a margem foi de 9,4%, 1,2 ponto percentual acima do registrado no mesmo período do ano passado.
De acordo com Marques, a melhora das margens vem do volume maior de vendas, da estratégia de gerenciamento de preços e das sinergias com a Avon, que “criam um colchão de proteção e ajudam a enfrentar os ventos contra”. Os ventos contra são a inflação de insumos e o câmbio desfavorável ao real, que custaram 300 pontos-base à margem.
Embora confiante, o executivo destaca, porém, que o segundo semestre deve refletir uma base de comparação menos favorável. Em 2020, o ataque cibernético do segundo trimestre carregou para o terceiro trimestre as receitas que não haviam sido registradas e o consumo foi impulsionado por demanda reprimida e auxílio emergencial.
Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/08/13/natura-cresce-36-e-reverte-perdas.ghtml
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