A empresa brasileira de cosméticos e perfumes concluiu a compra da empresa americana no início deste ano
A empresa brasileira de cosméticos e perfumes Natura, que concluiu a compra da Avon no início do ano, disse que a pandemia de coronavírus acelerou a integração da empresa americana.
A Natura, que também possui as marcas The Body Shop e Aesop, teve que fechar cerca de 90% de suas aproximadamente 3 mil lojas em todo o mundo por causa da crise da saúde, o que também acelerou os esforços existentes para aumentar as vendas on-line, disse o presidente da companhia, Roberto Marques, em entrevista.
“Nossas empresas foram forçadas a trabalhar ainda mais juntas. Então, coisas como a fabricação de produtos Natura nas unidades da Avon foram aceleradas”, disse ele. “Estamos muito satisfeitos, a integração está no caminho certo e estamos muito confiantes com os números que estamos divulgando”.
Em seu relatório do primeiro trimestre, a Natura elevou em US$ 100 milhões a projeção das sinergias que atingirá em quatro anos desde a integração da Avon, em um patamar que será de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões.
Os aproximadamente 6 milhões de consultores e representantes de vendas da Natura, incluindo as “Avon Ladies”, se adaptaram rapidamente à nova situação das vendas depois que as medidas de distanciamento social interromperam as vendas de porta em porta em muitos mercados, disse Marques.
No primeiro trimestre, a Natura informou que as vendas on-line do grupo aumentaram no fim do período, com lojas e representantes fazendo ajustes enquanto os governos decidiam a suspensão de algumas atividades.
O resultado da companhia no segundo trimestre será divulgado em 13 de agosto e Marques não pode antecipar números.
Mas, com a inclusão da Avon, as vendas totais da empresa foram cerca de 70% com vendas diretas e 30% através de lojas. E o início da pandemia de coronavírus está mudando isso, com os representantes de vendas adotando aplicativos de mensagens para telefones celulares e plataformas de redes sociais, como o Facebook, para manter contato com seus clientes.
“A crise está mudando (nosso foco de vendas) para se tornar mais omnichannel, mais digital, varejo, etc. A venda por relacionamento também está se transformando de um puro esforço off-line e de porta em porta para se tornar mais uma venda social [que utiliza as plataformas de mídias sociais]”, disse ele.
O mix de produção das compras também mudou à medida que mais pessoas trabalham em casa. Os clientes estão comprando mais produtos de cuidados pessoais, incluindo loções e sabonetes, para si e para presentes, e menos maquiagem, disse Marques.
“As pessoas não estão saindo muito, então estão usando menos maquiagem”, disse ele, acrescentando que ainda há demanda por cosméticos, porque “as pessoas estão ligando pelo Zoom o tempo todo”.
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