Grupo paranaense é hoje a maior rede de franquias omnichannel do país
No primeiro trimestre, O Boticário completou a segunda fase de um investimento de R$ 90 milhões para colocar em funcionamento um novo centro de distribuição em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. O foco é o atendimento das demandas do comércio eletrônico. Desde o início da pandemia, as vendas virtuais da empresa triplicaram, em especial nas linhas de cremes e cuidados com os cabelos.
Artur Grynbaum, vice-presidente do conselho de administração, conta que no ano passado foram investidos R$ 250 milhões em todos os canais de venda. O montante inclui mudanças nas plataformas de e-commerce e nas formas de entrega de produtos, adotadas para contornar o fechamento de lojas físicas em determinados períodos para reduzir a circulação do vírus.
O novo centro de distribuição está em funcionamento desde a segunda metade do ano passado, servindo inicialmente às vendas por internet das marcas próprias do grupo – O Boticário, Eudora e Quem disse, Berenice?. Desde março deste ano, atende também à plataforma multimarcas Beleza na Web, adquirida pelo grupo em 2019. A terceira fase do investimento em Campina Grande do Sul só chega no ano que vem, quando a empresa passará a concentrar na unidade a distribuição para lojas físicas, revendedores e parceiros multimarcas para a região Sul do Brasil.
Criado em 1977, quando o farmacêutico Miguel Krigsner abriu uma farmácia de manipulação no centro de Curitiba, O Boticário guarda uma relação muito próxima com seu Estado de origem. Além da sede do grupo, ficam no Paraná a unidade franqueadora, o centro de pesquisa e desenvolvimento e uma das fábricas (a outra foi aberta em 2014, em Camaçari, na Bahia), além de 377 lojas, entre próprias e franqueadas.
A indústria de São José dos Pinhais garante 2.900 empregos, sendo 1.900 operacionais, e as lojas têm outros 2.900 empregados. A eles se somam os 430 empregos gerados no centro de distribuição. “O grupo constituiu uma bela história no Paraná, e construiu uma vocação importante para o Estado dentro da indústria cosmética”, comenta Grynbaum. A cadeia de fornecedores do grupo inclui 47 empresas instaladas em território paranaense, que respondem por mais 1.800 empregos.
Em sua trajetória, o grupo investiu em diferentes canais e intitula-se hoje a maior rede de franquias omnichannel do país. “Fazíamos desenvolvimento de comércio eletrônico e continuamos fazendo, agora de uma forma um pouco mais acelerada em função da velocidade que a pandemia nos trouxe nesse último ano e meio”, diz Grynbaum. “Todos os canais são relevantes, e continuarão sendo. O que vai ser decisivo é a escolha da experiência que o consumidor quer ter em cada momento.”
A data de 19 de março de 2020 é essencial para entender essa transformação. Foi quando o grupo decidiu fechar toda a operação das lojas físicas – em alguns casos, antecipando-se inclusive às determinações das autoridades locais. Em seguida, passou a manter um acompanhamento de cada município, verificando as condições sanitárias para tomar decisões quanto à abertura e à forma de funcionamento.
A partir daí os franqueados passaram a atender em conjunto com o comércio eletrônico e com os representantes da venda direta. Para responder à mudança de comportamento do consumidor, a empresa reforçou o time de tecnologia, com a abertura de 300 posições para desenvolvedores e duas aquisições na área (da cearense Casa Magalhães e da gaúcha GAVB, que atua com análise de dados e inteligência artificial, ambas em abril). Ainda em 2021, O Boticário terá 1 mil pessoas trabalhando na área de tecnologia.
O executivo não abre os números exatos da operação, mas tem como certo que uma parte do aumento das vendas eletrônicas veio para ficar. “Não ficará no mesmo patamar, mas chegará a um estágio muito mais avançado do que estava antes”, afirma Grynbaum.
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