“O mundo é muito desigual e precisamos ajudar a resolver esse problema com políticas públicas relevantes”, disse empresário na Live do Valor
Pandemia reforçou necessidade de Estado coordenador, diz Passos, da Natura
O sócio-fundador da Natura e presidente da ONG SOS Mata Atlântica, Pedro Passos, afirmou hoje que a pandemia jogou luz sobre desigualdades sociais e mostrou a necessidade de se ter um Estado coordenador, com atuação direta em determinadas áreas. “O mundo é muito desigual e precisamos ajudar a resolver esse problema com políticas públicas relevantes, disse Passos na Live do Valor desta segunda-feira.
“Vimos o que foi a falta de um SUS [Serviço Único de Saúde] nos Estados Unidos. Uma ausência de política pública lastimável. Para mim, sem falar em liberalismo ou intervencionsimo, há algumas áreas em que o governo precisa, sim, estar presente e ser agente de coordenação”, afirmou.
Para isso, ele defendeu que o governo pare de conceder subsídios e outros benefícios a coorporações, a fim de reorientar recursos para o que é, de fato, essencial, como a saúde. “Mas [o Estado] tem que parar de oferecer subsídio e grana para corporações públicas e privadas. É preciso ter cuidado porque hoje o Estado, em muitas áreas, está apropriado por grupos de interesses menores”, completou.
Paralisia
Passos avalia que o governo Jair Bolsonaro está paralisado e dependente de bases frágeis para a agenda de reformas e esqueceu o problema crônico da baixa produtividade. Ele defendeu a persistência de rigor fiscal.
“O Brasil não está em boa posição, de retomada econômica. Existe uma crise fiscal e uma agenda de reformas que não foi para frente. O governo está paralisado nesse momento. Precisa andar, se reogarnizar, se reartircular junto ao Congresso. Esse governo perdeu a enorme oportunidade que é um Congresso reformista por conta de confusões internas. Agora está apoiado em numa base frágil e negociadora, que é o Centrão”, disse.
Para o empresário, uma retomada econômica pressupõe enfrentamento da crise fiscal, com continuidade de reformas, e olhar atento à baixa produtividade.
“A agenda da produtividade está esquecida. O Brasil precisa se integrar ao mundo, abrir a sua economia. Do contrário, o menino brasileiro vai continuar pagando computador mais caro que o menino americano e europeu. Estamos falando de educação, coisas relevantes”, continuou Passos, ao lembrar que a produtividade brasileira está estável ou decrescente com relação à maior parte dos outros países do mundo.
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