Grupo tem desempenho bem superior ao do mercado, que caiu 1%

Quando um resultado positivo se repete mostra uma tendência, afirma o presidente executivo da fabricante de produtos de beleza Natura &Co, Roberto Marques. “Não é algo pontual. Aceleramos crescimento até em relação ao quarto trimestre”, comemorou o executivo, ontem, em entrevista ao Valor. O grupo de beleza viu a receita líquida aumentar 26% no primeiro trimestre, ante o mesmo período do ano passado, para R$ 9,5 bilhões.

No mesmo período, o mercado de higiene pessoal e beleza teve um recuo de 1% nas vendas, segundo a associação do setor (Abihpec), que considera o faturamento de fábrica, sem adição de impostos sobre vendas (“ex-factory”).

O bom desempenho operacional permitiu que a Natura reduzisse em 81% o prejuízo líquido atribuído aos acionistas, passando de R$ 820,8 milhões para R$ 155,2 milhões. Se desconsiderados os custos relacionados à aquisição da Avon, cuja compra foi concluída no início de 2020, a empresa registrou um lucro ajustado de R$ 60 milhões. A maior parte desses custos restantes ficou concentrada no primeiro trimestre deste ano, segundo Marques, apontando que os números do segundo trimestre já devem ser menos impactados pela transação.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebtida, na sigla em inglês) aumentou 470,7%, para R$ 829,1 milhões, com alta de 6,9 pontos percentuais da margem, para 8,8%. O ebitda ajustado, que exclui os custos de transformação e os efeitos relacionados à aquisição da Avon, teve alta de 68,5% no período, para R$ 963,2 milhões, com margem de 10,2%.

Um dos principais trabalhos da empresa nos últimos trimestres é melhorar as margens das marcas do grupo – Natura, Avon, The Body Shop e Aesop. “Estamos muito felizes com o resultado do topline [receita] e, talvez, mais felizes com o resultado de margem, que passou a ser positiva e teve uma melhora significativa”, diz Marques.

Embora as indústrias de bens de consumo tenham apontado escassez de alguns produtos e de contínuo aumento de preços de insumos, o executivo diz que o grupo “tem conseguido gerenciar bastante bem” os estoques, o que também tem ajudado na preservação e melhoria da margem bruta, que passou de 63% para 66% do primeiro trimestre de 2020 para este ano.

O lucro bruto chegou a R$ 6,14 bilhões, 29,4% de crescimento. “Nossa margem bruta aumentou em todos os negócios.” Questionado se as margens têm melhorado com reajustes, Marques diz que o resultado se deve mais ao mix de produtos e à gestão de ofertas e promoções das marcas.

A Natura &Co. também seguiu avançando nas vendas pelos canais digitais. Todas as divisões da companhia registraram crescimento de três dígitos nas vendas on-line, como os saltos de 250% da Natura e de 130% da Avon, por exemplo. As vendas pelo varejo on-line e por venda direta da The Body Shop já representam metade das vendas. Na Natura, os pedidos por meio das mais de 1,1 milhão de lojas virtuais das consultoras no Brasil cresceram 80% ante igual período de 2020. “Temos avançado na digitalização, mas a tecnologia é um meio, não o fim. Nosso negócio é de relacionamento”, diz Marques, sugerindo que as marcas seguirão com estratégias digitais próprias.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/05/13/receita-da-natura-sobe-26-e-perda-encolhe-81.ghtml

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