A nova etapa de expansão da companhia deve-se à captação de R$ 100 milhões com o fundo Treecorp, realizada em janeiro
A marca de louças e perfumaria para casa Tania Bulhões vai abrir seu primeiro restaurante no próximo ano, situado em uma nova loja conceito em São Paulo, maior do que a atual. A empresa está em fase de expansão: vai abrir 15 lojas próprias neste ano.
O plano prevê inaugurar uma butique em Miami (EUA) até 2023 e ampliar os negócios no mercado de produtos de beleza. A nova etapa da companhia deve-se à captação de R$ 100 milhões com o fundo Treecorp, realizada em janeiro.
O comando da empresa está há cerca de quatro anos nas mãos do filho de Tania, Virgílio Castro Cunha, que antes atuava no mercado financeiro. Desde a sua chegada, o número de butiques passou de 5 para 17 atualmente. Há também 15 gazebos e 40 pontos “store in store” em lojas multimarcas, que devem subir para 60. O local da nova loja conceito na cidade de São Paulo ainda não foi informado.
A companhia começou a operar no setor de perfumaria pessoal e, no fim de 2021, de produtos para o corpo como sabonetes, óleos para banho e hidratantes. A perfumaria pessoal e os cuidados com a pele são o foco para os próximos anos.
As fragrâncias são desenvolvidas na França e envasadas no Brasil, disse Tania Bulhões em entrevista ao Valor em Paris. Ela visita regularmente a cidade de Grasse, na Côte d’Azur, polo mundial da indústria de perfumes.
O próximo passo da empresa será entrar no segmento de cremes para o rosto, disse ela. Já há negociações com um laboratório francês de nicho especializado nesses produtos. Outro projeto em vista é o de criar uma linha de maquiagem, segundo a empresária.
A ligação da empresa com a França é antiga. A porcelana da marca é produzida em Limoges, cidade no sudoeste do mundialmente renomada por esse produto, fabricado ali desde o século 18. A produção de louças em Limoges é artesanal e com capacidade limitada, já que falta mão-de-obra especializada.
A clientela espera cerca de quatro meses por um aparelho de jantar, conta Bulhões. Um conjunto com 18 peças custa, em média, de R$ 3,5 mil a R$ 4,3 mil. “Os preços variam em função da quantidade de cores”, disse.
A empresa enfrentou uma grave crise em 2010, quando Bulhões foi condenada por fraude contra a Receita Federal, com 12 outras pessoas, em um esquema de subfaturamento das importações. Na época, a empresária fez um acordo de delação premiada. Recentemente, para receber os recursos da Treecorp, a companhia passou por uma auditoria externa.
Sob o comando de Cunha, a empresa vem crescendo, em média, 35% ao ano, mesmo durante a pandemia, com uma demanda maior para equipar residências secundárias. A previsão de receita neste ano é de R$ 200 milhões, o que representa aumento de 40% em relação a 2021.
Há outros projetos em estudo, entre eles o de entrar em um país do Oriente Médio, mercado para onde a empresa já exporta. É uma clientela que surgiu graças às redes sociais.
Há plano de para expandir o negócio de restaurantes em lojas. É uma tendência que vem ganhando força entre as grifes de luxo internacionais.
A companhia recebeu propostas para abrir também hotéis, que estão em análise.
Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/08/31/tania-bulhoes-tera-restaurante-em-2023.ghtml
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