Vendas da Avon no Brasil sofreram queda de 31,1%. Globalmente, receitas da Natura&Co sofreram baixa de 12,7% em reais
A Natura&Co, dona das marcas Natura, Avon, The Body Shop e Aesop viu suas vendas globais no segundo trimestre de 2020 atingirem R$ 7 bilhões, uma queda de 12,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Excluindo a variação cambial do período, a retração nas vendas do grupo foi de 23,5%). Apesar da queda, a Natura&Co se diz satisfeita com os resultados, tendo em vista os impactos sem precedentes da pandemia de Covid-19.
No período, a receita foi impulsionada pelo forte crescimento da marca Natura no Brasil e pelo forte crescimento das vendas em reais da The Body Shop e Aesop (impactadas positivamente pela forte desvalorização do real). As vendas do e-commerce do Grupo cresceram cerca de 225% no trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, com crescimento de 150% para Natura e Avon juntas, 230% na The Body Shop e 430% na Aesop.
Excluindo o efeito retroativo de aproximadamente R$ 450 milhões sobre as vendas de um incidente cibernético na Avon, que afetou significativamente as operações da empresa entre os dias 9 e 25 de junho, a receita líquida para o segundo trimestre da Natura&Co teria sido ainda menor, de 7,0% em relação ao segundo trimestre de 2019. O EBITDA ajustado foi de R$ 615,2 milhões, com margem de 8,8%, refletindo a disciplina de custos do Grupo para compensar vendas mais baixas.
Digital avança
As vendas do e-commerce do Grupo cresceram cerca de 225% em reais no trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, com crescimento de 150% na Natura e Avon juntas, 230% na The Body Shop e 430% na Aesop.
A venda por relações digitais também registrou grandes progressos. No final do segundo trimestre de 2020, havia 889 mil lojas on-line de Consultoras de Beleza Natura, 65% a mais do que no segundo trimestre de 2019, e segundo a empresa, os pedidos por meio dessas lojas quase triplicaram. A implementação de novos recursos, como a revista virtual interativa, permitiu aumentar as vendas por meio das plataformas digitais em mais de 250% em relação ao segundo trimestre de 2019. A digitalização das revendedoras da Avon International continuou e as vendas por meio do folheto digital no trimestre foram mais que o triplo das do segundo trimestre de 2019, enquanto as vendas de e-commerce mais que dobraram. No segundo trimeste, a Natura &Co concluiu com sucesso uma captação privada de R$ 2 bilhões, que permitirá investimentos previstos de R$ 400 milhões nos próximos seis meses em sua transformação digital e em TI, com outros investimentos significativos planejados para os próximos quatro anos.
Natura sobe, Avon desce
A receita líquida de Natura &Co América Latina, região mais importante para o grupo, caiu 16,5% em reais e 19,8% excluindo a variação cambial do período.
A receita líquida da marca Natura cresceu 4,4% (2,6% excluindo a variação cambial), com um desempenho excepcional da Natura aqui no Brasil, onde a empresa cresceu 7,9% no período. Segundo a marca, o forte avanço decorre de campanhas bem-sucedidas e inovadoras para o Dia das Mães e o Dia dos Namorados. A marca destaca a evolução das vendas durante o trimestre, com abril apresentando queda de23,5%, revertida em maio com um avanço de 23,6%. Em junho, a receita líquida cresceu 29,4%. Os números no Brasil ajudaram a compensar uma queda de 3,6% (- 10,2% excluindo a variação cambial) nas vendas da Natura na América Latina devido às restrições da Covid-19.
Já a receita líquida da marca Avon caiu 35,2% em reais (- 40,2% em moeda constante) na região, fruto da redução no número de revendedoras em todos os mercados da América Latina e impactos da Covid-19, além do incidente cibernético que afetou suas operações em junho. No Brasil, as vendas sofreram queda de 31,1%, enquanto a América Latina sofreu ma baixa de 37,8% em reais. O EBITDA ajustado de Natura &Co América Latina foi de R$ 373,2 milhões (-37,6%) e a margem EBITDA ajustada foi de 9,4% (-3,2 pontos percentuais em relação ao ano passado). No primeiro semestre, a receita líquida de Natura &Co América Latina caiu 7,8% em reais, enquanto o EBITDA ajustado teve retração de 23%.
Câmbio favorável
O real desvalorizado contribiu para os resultados das operações internacionais da Natura&Co.
A Avon International, que compreende as atividades da Avon em 50 mercados na Europa, Ásia, África e Oriente Médio, registrou uma queda de 21,6% em reais em sua receita líquida no segundo trimestre. Excluindo a variação cambial do período, a queda foi de 38,9%. A redução foi causada por uma combinação entre a diminuição no número de revendedoras, o impacto da Covid-19 e o incidente cibernético. Segundo a Natura&Co, as revendedoras aumentaram a adoção de ferramentas digitais e as vendas por meio do folheto digital mais do que dobraram no período em comparação ao primeiro trimestre. O EBITDA ajustado foi da ordem de R$ 72,6 milhões, ou margem de 4,4%. No primeiro semestre, as vendas líquidas caíram 11,9% em reais e o EBITDA ajustado caiu 68,8%.
O câmbio também favoreceu o crescimento da The Body Shop. A receita líquida da marca aumentou 15,5% em reais. Excluindo a variação cambial do período, o resultado é de uma queda de13,2% nas vendas. A unidade de negócios viu desempenho muito forte nas vendas on-line e diretas. As medidas de isolamento da Covid-19 impactaram o desempenho do varejo no trimestre, com 87% das lojas fechadas no final de abril, com reabertura concentrada principalmente em junho, encerrando o trimestre com 16% das lojas fechadas. A receita melhorou progressivamente à medida que as lojas retomaram as atividades e voltou a apresentar um crescimento de 14% em junho. Os consumidores continuaram mudando para o e-commerce e At Home (canal de venda direta da The Body Shop), com crescimento de mais de 230% e 280%, respectivamente, compensando significativamente as vendas perdidas no varejo. O EBITDA ajustado para o segundo trimestre foi da ordem de R$ 132,8 milhões, ou margem de 15,7%. A receita líquida para o primeiro semestre de 2020 aumentou 9,0% em reais, enquanto o EBITDA ajustado caiu 8,3%.
A marca Aesop continuou com forte movimento de cescimento no segundo trimestre. As vendas líquidas cresceram 34,8% no segundo trimestre, já que um aumento de 430% nas vendas digitais compensou o fechamento de 90% da rede de lojas durante grande parte do segundo trimestre. Excluindo a variação cambial, o resultado é uma queda de apenas 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Em junho, houve retomada das vendas no canal lojas, com 20% de crescimento. O EBITDA para o segundo trimestre aumentou 78,5%, para R$ 102,6 milhões, com margem de 26,8% (alta de 650 pontos). No primeiro semestre, as vendas líquidas aumentaram 30,8% em reais e o EBITDA subiu 52,8%.
“Nossos esforços contínuos para acelerar a transformação digital de nossos negócios nos permitiram compensar amplamente o fechamento de lojas, garantir a continuidade dos negócios e registrar um desempenho superior ao do mercado, durante um período em que grande parte do mundo enfrentou medidas contínuas de isolamento. Todas as marcas e negócios do Grupo se tornaram verdadeiramente omnichannel durante o segundo trimestre e, dadas as circunstâncias, ajudaram a obter um desempenho geral robusto e competitivo, tanto em termos de vendas quanto de EBITDA”, afirmou Roberto Marques, presidente executivo do Conselho de Administração e principal executivo de Natura &Co.
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