O pioneiro painel de produtividade da indústria farmacêutica e farmoquímica instalada no Brasil, lançado em 2015 por Sindusfarma e Abiquifi, com apoio da Apex-Brasil, começa a mostrar os primeiros resultados positivos. O projeto piloto começou com sete empresas, conta hoje com 16 e mais quatro devem se incorporar em breve. Em 2016, os laboratórios farmacêuticos participantes do BCO Farma – Benchmarking Competitividade Operacional registraram aumento médio de produtividade de 8% em seus processos operacionais.

Em valores, esse percentual representou uma economia de R$ 88 milhões, o que auxilia o setor a enfrentar a perda de rentabilidade. O sistema de medição reúne indicadores de produtividade operacional em quatro classes de processos: Cadeia de Suprimentos, Processos de Manufatura, Garantia de Qualidade, Sustentabilidade e Inovação. Tem também dois indicadores financeiros, para permitir análises mais acuradas.

O propósito do BCO Farma é o de qualificar o complexo produtivo farmacêutico brasileiro. Para sermos mais competitivos, precisamos de parâmetros de comparação, para saber se somos bons ou ruins.

Por isso, o painel oferece para a indústria farmacêutica um inovador método teórico e prático para fazer comparações.

Criam-se condições para que as empresas do setor melhorem seu desempenho e sejam mais eficientes em pouco tempo. E, paralelamente, se preparem para os desafios do futuro, pois só há projeto de futuro para o país e para a indústria farmacêutica aqui instalada se a prática de medir a produtividade tornar-se compulsória.

Os índices de produtividade relativos gerados pelo painel favorecem a melhoria de processos e de gestão em vários aspectos – dos insumos e recursos naturais ao RH. Por exemplo, tendem a tornar mais eficiente o funcionamento das fábricas, aumentando a capacidade instalada. Contribuem, assim, para a implementação de uma cultura geral de excelência operacional.

Trata-se, portanto, de investir também numa profunda mudança de mentalidade. Como observa o idealizador e coordenador do BCO Farma, Fabio Bussinger, o programa quer dar parâmetros independentes para que as empresas possam determinar de forma objetiva suas estratégias, com o objetivo é melhorar a competividade local e internacional.

De fato, com grandes empresas, variedade de produtos e processos produtivos modernos, a indústria farmacêutica instalada no Brasil ainda não tem uma inserção internacional compatível com seu porte e excelência. Superar esta barreira é uma das metas estratégicas do painel de produtividade operacional.

E as empresas participantes estão comprovando na prática que vale a pena o esforço de introduzir ou aprimorar a cultura de medição e gestão. Segundo os executivos envolvidos no processo, ferramentas de benchmarking como o BCO Farma contribuem para um ambiente de melhoria contínua.

Além disso, a iniciativa de criar o painel de produtividade operacional da indústria farmacêutica e farmoquímica está se revelando valiosa também para outros segmentos da economia. A ponto de o programa ter chamado a atenção e estar sendo considerado como um possível modelo para agências de fomento governamentais focadas na melhoria de competitividade das empresas brasileiras.
 
Nelson Mussolini é presidente executivo do Sindusfarma e membro do Conselho Nacional da Saúde

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Fonte: http://sindusfarma.org.br/cadastro/index.php/site/ap_imprensas/imprensa/1612

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