Modelos de compra alternativos, adoção de práticas sustentáveis, padrões de credibilidade das marcas e novas dinâmicas domésticas devem pautar os negócios do país no próximo ano.
Uma equipe de analistas da Mintel, empresa internacional de inteligência de mercado, identificou as principais tendências de consumo que terão impacto para consumidores e marcas em 2016. Segundo a analista de tendências da Mintel, Graciana Méndez, os consumidores brasileiros estão explorando modelos de compra alternativos, como compartilhamento, aluguel e permuta, permitindo que eles aproveitem pequenos luxos sem precisar gastar uma fortuna. “Os brasileiros associam compras com benefícios emocionais – 24% dos consumidores afirmam que ficam felizes ao comprar novos produtos e 35% acreditam que comer fora é bom para fugir um pouco da rotina.” Segundo ela, esses novos modelos de consumo fornecem melhor controle financeiro ao consumidor, mas as marcas precisam mostrar que eles podem proporcionar a mesma emoção que uma operação tradicional.
À medida em que o país luta contra a recessão e enfrenta questões climáticas, os consumidores descobrem que a adoção de práticas sustentáveis pode ajudá-los com suas finanças. “Os brasileiros estão descobrindo que os produtos energeticamente eficientes não só economizam água e energia, mas podem ajudar a reduzir contas. Temos visto empresas assumindo um papel de aconselhamento, educando os consumidores sobre medidas de gestão de resíduos,” afirma Méndez. Segundo pesquisa da Mintel, 39% dos brasileiros dão preferência a empresas que não agridem o meio ambiente.
Da escassez de água à corrupção, os brasileiros estão protestando cada vez mais por seus direitos e exigindo práticas justas, o que estimula as marcas a permanecerem fiéis à sua mensagem e defenderem os direitos dos consumidores. “Credibilidade é um valor muito importante para os consumidores brasileiros – 55% deles preocupam-se com o compartilhamento de informações pessoais online e 28% dos Millennials (ou Geração Y) confiam mais em marcas recomendadas por amigos. Esses dados mostram que promover um diálogo aberto vai ajudar as marcas a mostrarem valores mais democráticos,” avalia Méndez.
Ela afirma ainda que novas dinâmicas domésticas desafiam ideias estereotipadas sobre a definição de família e os papéis individuais estão sendo redefinidos: os idosos trazem novas exigências familiares, mais mulheres se juntam à força de trabalho e os homens se envolvem com tarefas domésticas. “O não-convencional tornou-se o novo tradicional. Como os consumidores estão mais conscientes das famílias não-tradicionais, os brasileiros vão prestar mais atenção em marcas que apresentam as várias dinâmicas do ‘novo normal’. Em 2016, provavelmente veremos mais abordagens de gênero neutro em espaços públicos e um maior número de varejistas de moda unissex”, conclui Mendéz.
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