Há exatos dez anos, Criciúma contava com 207 farmácias. Hoje, são quase 150. É a dura realidade de um mercado que passa por ajustes: as crises da economia e a forte concorrência das redes nacionais. “Grifes antigas não seguraram”, lembra o presidente do Sindicato do Comércio de Produtos Farmacêuticos de Criciúma, Nei Constante. Das veteranas, resta a Farmácia do Otto, hoje Farmácia Adriana, na Próspera. “Estou a 55 anos ininterruptos aqui. Já vi umas quatro crises como essa. A crise sempre passa”, anima-se Otto Chaves Pacheco, 76 anos.

E qual a saída para se manter vivo em um mercado tão acirrado? “Sou antigo, e tenho uma clientela fiel. Mas as farmácias de balcão estão com dificuldades por causa das redes, que chegam amassando”, define Otto. Criciúma tem a marca histórica de contar com muitas farmácias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma unidade a cada 5 mil habitantes. Criciúma vai além. “Temos uma para cada 1,6 mil habitantes”, registra Constante. “As redes conseguem praticar preços diferentes, pois pagam imposto lá na origem, e nosso imposto aqui é maior”, destaca.

Seguindo as normas

Há uma década era assunto no ramo a parcela dos estabelecimentos da cidade que não cumpria a obrigatoriedade de manter farmacêutico. Hoje, é diferente. “A fiscalização é rigorosa, a multa é elevada, então todas as farmácias do mercado estão com os profissionais com turnos de oito horas. Só não contratam quando o proprietário atende e é farmacêutico”, informa o presidente.

Otto tem contratados. E aposta no diferencial do atendimento mais próximo como outra vantagem. “A gente aplica injeções, mede pressão, isso deixa a gente mais perto do nosso público”, conta o pioneiro. Atualmente, das farmácias de Criciúma, poucas operam 24 horas e algumas dezenas mantém portas abertas até as 22 horas.

Fonte: http://www.engeplus.com.br/noticia/economia/2017/a-acirrada-concorrencia-no-mercado-das-farmacias/

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