O gasto na cesta FMCG erodiu devido ao crescimento das marcas de baixo custo. (FMCG = Fast-Moving Consumer Goods ou Consumer Packaged Goods são produtos que são vendidos rapidamente e a um custo relativamente baixo. Exemplos incluem bens não duráveis, como alimentos embalados, bebidas, produtos de higiene pessoal, medicamentos sem receita e outros consumíveis.)
O consumo da cesta chegou a um ponto de inflexão (Q2 2018) e, pela primeira vez em 10 anos, deixou de crescer em Latam (-0,1% em volume). O crescimento em valor também desacelerou (1,6%) e ficou abaixo da inflação, prevista em 3,6% para 2018.
O shopper latino mudou sua escolha de marcas, dando mais espaço para marcas próprias e econômicas a fim de controlar seu orçamento, ao mesmo tempo que experimenta novos formatos de canais. Isto acabou erodindo o valor da cesta FMCG: muitos lares gastam menos para comprar o mesmo volume.
Metade dos países da região mostra uma contração no consumo; e o Brasil continua sendo o motor de crescimento, ainda que a uma taxa muito conservadora.
O México sofre aumentos de preço; o Chile retoma o crescimento e a Colômbia é o mercado que mais cresce em Q2 para o consumo massificado. Na maioria dos países, os shoppers vão menos vezes ao ponto de venda, o que significa que cada ato de compra se torna mais importante. As marcas competem em mais canais e, ao mesmo tempo, têm menos touchpoints com seus compradores devido à redução das idas ao ponto de venda.
As marcas próprias conquistaram 3,6% de participação em valor na região, silenciosamente ganhando share ano após ano. Alcançaram seu recorde na Colômbia, com 15% do mercado, conquistando mais de 2 pontos de participação de mercado a cada ano desde 2015. A América Central (8%), o Chile (6%) e a Argentina (5%) vêm em seguida. Marcas premium perderam 2 pontos de participação de mercado nos últimos 3 anos.
Novos formatos de varejo e novos players – sobretudo locais – mudam a cara do varejo. Atacadistas, discounters, cadeias regionais, farmácias… e Dollar City, que expande na Colômbia. Feiras livres e distribuidoras ganham terreno no Chile, lojas de vizinhança na Bolívia e “tianguis” – mercados ao ar livre – entre os lares mexicanos de níveis socioeconômicos mais baixos.
Apesar de o consumo estar estagnado, a estrutura do varejo em Latam é única, local e está mudando muito rapidamente.
Fonte: https://www.kantarworldpanel.com/br/Releases/A-nova-cara-do-varejo
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