Vê-se que, de forma geral, o tema saúde foi abordado de maneira superficial. Ainda não é possível ter um posicionamento claro. Em seu plano de governo, Bolsonaro fala de informatização da saúde, que de fato é um gargalo. Precisamos ter um prontuário nacional da saúde. Com isso, o cidadão que frequenta o Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo, mas um dia tiver que ir em Salvador (BA), o médico saberá como tratá-lo.
“Essa é uma pauta realmente necessária. Inclusive, já deveríamos ter colocado isso em prática. O Brasil gastou milhões de reais para implementar o cartão do SUS e os prontuários eletrônicos, mas até hoje isso não saiu do papel. Precisamos de uma gestão efetiva neste tema.”
Também é preciso olhar as questões dos medicamentos, algo que não consta claramente no plano de governo. “Sabemos muito bem – e o Farmácia Popular está aí para provar – que, na área da saúde, é melhor adotar uma estratégia preventiva do que curativa. Enquanto tivermos no País uma visão de que gasto com saúde é despesa, e não investimento, teremos problemas sérios na gestão do setor. O futuro governante precisa ter muito claro que, em gestão de saúde, deve ser levada em consideração a necessidade de investimento. Se eu invisto em qualidade de vida, nos medicamentos preventivos de doenças crônicas, teremos gastos em saúde muito menores. Não estaremos curando pessoas, estaremos evitando que elas adoeçam.”
Não há dúvidas de que o caminho para a solução da saúde do Brasil é ver o setor como investimento, e não como custo, cuidando de maneira assertiva da prevenção. E o prontuário eletrônico seria de ganho imensurável. Por mais que a adoção do sistema exija um alto investimento, será rapidamente recuperado, pois não será necessário refazer exames. “Caso consigamos implementá-lo, iremos reduzir os gastos sensivelmente e poderemos investir em outras áreas da saúde.”
No setor farmacêutico, a Assistência Farmacêutica e a tributação sobre os medicamentos também precisam ser avaliadas de forma prioritária. “É um absurdo pagarmos mais de 30% de impostos em cima dos medicamentos. Sei que existem questões de responsabilidade fiscal, mas precisamos entender que o que é gênero de primeira necessidade e faz bem para o brasileiro precisa ter uma desoneração efetiva. Não adianta fazer desoneração para o setor automobilístico e não fazer para o setor da saúde. É preciso olhar esse tema de forma clara e transparente.”
Fonte: https://guiadafarmacia.com.br/materia/expectativas-economicas-para-2019/
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