Se você quiser conhecer os acontecimentos mais importantes no varejo farmacêutico, este é um artigo que você precisa ler! A movimentação desse segmento no trimestre de junho a agosto de 2018 trouxe notícias boas… algumas muito boas…e outras nem tanto. A equipe de jornalismo do ICTQ,  Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação pra o Mercado Farmacêutico, compilou os principais fatos, acompanhe:

1. Desempenho do setor – A Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar) cresceu 19% no primeiro semestre de 2018, em comparação com o mesmo período no ano passado. O faturamento das lojas nos primeiros seis meses do ano foi de R$ 6,38 bilhões. Integram a entidade 57 redes que representam 9.593 farmácias distribuídas em 2.768 cidades no Brasil. “Oferecemos ferramentas de gestão diferenciadas que permitem maior controle das lojas e uma intensa troca de conhecimento, que é fundamental”, explica o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.

Já a venda de medicamentos e não medicamentos da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan) somou R$ 2.785 bilhões no primeiro semestre de 2018, o que representa crescimento de 8,3% sobre mesmo período de 2017, quando foram registrados praticamente R$ 2.572 bilhões. Em unidades, entre janeiro e junho de 2018, houve aumento de 3,3%, com 518,2 mil, em relação à temporada passada, que fechou com 501,5 mil. Os dados são da IQVIA, empresa que é fruto da fusão entre IMS Health e Quintiles.

Na distribuição de segmentos dos produtos na Abradilan em junho, os medicamentos genéricos e similares representaram 42,5% das vendas em valores. Em unidades, o índice chega a 44%. Ainda em junho, a pesquisa apontou que os associados da Abradilan atingiram 84% das cerca de 77 mil farmácias no Brasil em 2018. A entidade reúne 142 distribuidoras de medicamentos e produtos de higiene pessoal e cosméticos.

2. Dobra número de clínicas farmacêuticas no Rio de Janeiro – O número de salas clínicas em drogarias saltou de 36 para 83 no último ano, com lojas que chegam a realizar, em média, 300 atendimentos ao mês, apenas no Estado do Rio de Janeiro.  De modo geral, esse índice deve se repetir nos demais Estados gradualmente. Esses são dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

Claro que essas farmácias também vêm ampliando, cada vez mais, o atendimento clínico dos pacientes, apoiando os tratamentos multidisciplinares e também prestando serviços farmacêuticos diversos, como aferição de glicemia, pressão arterial, teste dos níveis de colesterol, colocação de brincos e as consultas clínicas.

3. Faturamento com a vacinação Diversificar e ampliar os serviços nas farmácias é uma tendência que amplia o faturamento do varejo, ao lado do crescimento das áreas de vendas de produtos de higiene e beleza, que já respondem por mais de 30% da receita do setor. A novidade é o potencial de faturamento com a aplicação de vacinas, que é de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões ao ano. O segmento faturou em 2017 mais de R$ 44 bilhões e conta com 7,2 mil lojas.

Com a margem dos medicamentos controlada, a oferta de serviços melhora a rentabilidade e aumenta o fluxo, melhorando o tíquete médio. Como a Anvisa permitiu, no fim do ano passado, a aplicação de vacinas em farmácias, aqueles que apostam no serviço acreditam que os preços ficarão mais baixos que os praticados pelas clínicas de vacinação por conta do aumento da concorrência.

4. Dez medicamentos mais vendidos – De acordo com os dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o medicamento mais usado no Brasil é o relaxante muscular Dorflex, que rende mais de R$ 470 milhões ao ano às farmácias. O vice-campeão é o anticoagulante Xarelto, seguido pelo anti-hipertensivo Selozok. Dos dez medicamentos mais vendidos, quatro são analgésicos. Confira o ranking (por faturamento), no canal varejo:

1) Dorflex (relaxante muscular) – R$ 470,7 milhões
2) Xarelto (anticoagulante) – R$ 286,8 milhões
3) Selozok (redução da pressão arterial) – R$ 230,3 milhões
4) Neosaldina (analgésico) – R$ 222,4 milhões
5) Torsilax (relaxante muscular) – R$ 215,3 milhões
6) Aradois (anti-hipertensivo) – R$ 212,2 milhões
7) Glifage XR (antidiabético) – R$ 201,8 milhões
8) Addera D3 (suplemento de vitamina D) – R$ 195 milhões
9) Anthelios (protetor solar) – R$ 187,7 milhões
10) Buscopan composto (reduz sintomas de cólicas e dores) – R$ 181,7 milhões

5. Farmacêutico está em 3º no ranking de empregos formais – A profissão farmacêutica foi a terceira que mais teve contratações formais nos primeiros seis meses de 2018. Essa apuração foi feita pelo Portal Quero Bolsa em um levantamento que teve como base os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados relativos aos primeiros meses do ano.

Para o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, o resultado é fruto do movimento clínico liderado pelo conselho, em franca expansão no Brasil. Desde 2012, o CFF vem investindo em iniciativas que resgatam o farmacêutico como protagonista do cuidado à saúde dentro da farmácia comunitária – o segmento que mais emprega farmacêuticos no Brasil. “Na medida em que assume a sua autoridade técnica dentro da farmácia, o farmacêutico se torna mais valorizado e, consequentemente, mais necessário”, comenta o presidente em entrevista à Exame.

De modo geral, isso se deve às resoluções do CFF, que dispõem sobre as atribuições clínicas do farmacêutico e à prescrição farmacêutica, ambas aprovadas em 2013, além da aprovação da Lei 13.021/14, que estabeleceu as farmácias como unidades de assistência à saúde. Essas legislações desencadearam um boom de contratações, porque o varejo está investindo em farmácias que prestam serviços.

A pesquisa filtrou o número de admitidos formais e, segundo o Ministério do Trabalho, que divulga os dados, o número de farmacêuticos contratados superou a marca de 14,3 mil, sendo superada apenas pelas profissões de enfermeiro e analista de Desenvolvimento de Sistemas. Confira o ranking das profissões que mais empregaram:

1. Enfermeiro – 16.755
2. Analista de Desenvolvimento de Sistemas – 15.863
3. Farmacêutico – 14.341
4. Auxiliar de Contabilidade/Contador – 13.803
5. Administrador – 12.441
6. Analista de Recursos Humanos – 6.364
7. Médico Clínico – 4.660
8. Programador de Sistema da Informação – 4.231
9. Nutricionista – 3.913
10. Preparador Físico – 3.797
11. Fisioterapeuta – 3.696
12. Advogado – 3.422
13. Designer Gráfico – 3.324
14. Tecnólogo em Logística de Transporte – 3.019
15. Engenheiro Civil – 2.804

6. Amazon entra no setor farmacêutico – Em junho deste ano, a Amazon comprou a farmácia online, PillPack, uma startup fundada em 2013 em Boston, como um centro de treinamento e tecnologia na área de saúde. Em abril de 2018, a PillPack já havia sido assediada pela Walmart, por um preço inferior a US$ 1 bilhão, mas a Amazon fez uma oferta mais vantajosa e concluiu o negócio.

A Amazon já havia estreado o setor de saúde quando criou uma empresa de planos de saúde de baixo custo para seus funcionários, em parceria com o JP Morgan e a Berkshire Hathaway. O anúncio da Amazon causou uma queda de US$ 30 bilhões em valor de mercado de grandes varejistas e distribuidores da indústria farmacêutica.

A compra da PillPacks é um sinal de uma grande disputa no setor farmacêutico.  O varejo online é um mercado promissor e a Amazon ocupa cada vez mais espaço em uma renovação constante de suas atividades.

A PillPack se concentra em um restrito segmento de pacientes que tomam vários medicamentos diferentes. A empresa embala pílulas em pacotes individuais que ajudam as pessoas a se lembrar de quando devem tomar seus medicamentos todos os dias – um desafio comum para pessoas que tomam, por exemplo, medicamentos para diabetes, colesterol alto e hipertensão. Assim, a iniciativa procura eliminar dois pontos dolorosos – a ida à farmácia e a separação de vários medicamentos em doses.

A partir de agora, a PillPack oferece a infraestrutura básica que a Amazon necessita para seu ataque frontal ao setor farmacêutico: licenças farmacêuticas para envio por correspondência em todos os 50 estados americanos, além de várias farmácias físicas e um call center.

Dessa forma, a Amazon chegará ao Brasil? Provavelmente sim, pois tem escala para isso. Quando isso ocorrerá é o cerne da questão.

7. Brasil Pharma fecha lojas próprias – A Brasil Pharma, uma das grandes empresas de varejo farmacêutico do País, com dívidas de mais de R$ 1,3 bilhão, suspendeu as atividades de varejo das unidades remanescentes de operação própria da companhia.

A decisão está em linha com o plano de recuperação judicial, apresentado pela empresa em 9 de abril de 2018 ao Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo.

Apesar disso, a companhia afirma que manterá as operações de sua rede de franquias, com o objetivo de viabilizar a retomada do crescimento no âmbito da recuperação judicial.

Criada em 2010 pelo BTG Pactual, a Brasil Pharma surgiu para consolidar o mercado de farmácias no Brasil e comprou diversas redes, como a Guararapes, de Pernambuco; a Rosário Distrital, do Centro-Oeste; a Mais Econômica, do Rio Grande do Sul; a Sant’Anna, da Bahia (que também não resistiu – veja abaixo); e a Big Ben, do Pará; além da Farmais, uma rede de franquias com presença no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

No auge, a empresa chegou a ter 1,2 mil unidades e vendas de R$ 3,5 bilhões. Mas, uma série de problemas para integração de todos os negócios adquiridos, além da reação da concorrência, levaram o negócio à queda.

 8. Sant’ana mantém a última loja – A última loja da Sant’Ana – a Piedade – viu o final dos 15 anos de história na rede que, em seus tempos áureos, em 2012, chegou a ser a maior rede de farmácias da Bahia, com 103 lojas. A rede começou a perceber os problemas em 2013 – um ano após a Farmácia Sant’Ana ser vendida para a Brasil Pharma.

Apenas a título de curiosidade, a Brasil Pharma comprou, em fevereiro de 2012, a rede Sant’Ana por R$ 350 milhões. O negócio parecia realmente promissor: ao assumir a gestão, o grupo planejava abrir mais 83 lojas no Estado e, supostamente, expandir o negócio já bastante sólido.

O passar dos anos revelou o contrário. A crise se tornou pública em 2018. Assim, a empresa ajuíza um processo de recuperação judicial, com dívida de mais de R$ 1,3 bilhão. Na lista das estratégias apresentadas pela empresa estava a venda de todos os pontos comerciais da Farmácia Sant’Ana. A última loja da rede não deve durar muito tempo.

 9. Onofre expande comércio eletrônico – Após ser adquirida em 2013, por R$ 670 milhões, pela maior rede de farmácias do mundo, a americana CVS Health, a rede Onofre passou por um longo processo de reestruturação e retomou seu rumo, dessa vez no ambiente virtual – na contramão do que vem sendo feito pelas principais empresas do varejo farmacêutico.

Ao chegar ao Brasil, a CVS enfrentou um complicado cenário e não conseguiu replicar o modelo de sucesso que usa nos Estados Unidos. Assim, a Onofre iniciou o fechamento de doze lojas, a revisão de sistemas e gestão, com mudanças na equipe e na cultura. Na trajetória, o tamanho da rede encolheu, passando de 44 lojas, na época da aquisição, para 37 no início do ano passado.

Neste ano, a rede voltou a crescer e, atualmente, mantém 49 lojas. Com um ritmo maior de aberturas e um investimento intenso no comércio eletrônico, a Onofre prevê retomar o ritmo de crescimento.  Até o fim deste ano, mais cinco unidades vão abrir as portas, todas no Estado de São Paulo.

A estratégia da Onofre consiste no investimento forte no digital e, principalmente, na integração dos canais. Na prática, a ideia é que as lojas físicas sejam um complemento do e-commerce.

A rede finalizou a migração de seu site para um sistema da Oracle e está investindo na mudança e na automação de seus três centros de distribuição do e-commerce, em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, compensando, assim, a baixa capilaridade com uma atuação forte no digital.

As vendas online já representam 45% da receita da rede, estimada em R$ 700 milhões. Atualmente, a Onofre já consegue atender 27 Estados com os seus três CDs. Em São Paulo, a rede realiza entregas em 90 minutos e, em breve, fará o mesmo no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

A Onofre abriu uma farmácia modelo em São Paulo, com a operação mais digital da rede: com tecnologias como checkout móvel, self-checkout e um robô que automatiza o processo de coleta dos medicamentos.

10. CVS recebe prêmio por inclusão de pessoas com deficiência – Em agosto deste ano, a maior rede de farmácias do mundo, foi reconhecida por seu compromisso em priorizar a inclusão de pessoas com deficiência no local de trabalho. A CVS Health foi nomeada como Melhor Lugar para Trabalhar para Inclusão na Deficiência. A empresa recebeu uma pontuação máxima pelo segundo ano consecutivo.

“Na CVS Health, estamos focados em derrubar as barreiras de emprego que os indivíduos com deficiência enfrentam. Acreditamos que nossos colegas e clientes, de todas as habilidades, são os que ajudam nossa empresa e as comunidades que servimos a crescer e prosperar”, disse a vice-presidente executiva e diretora de Recursos Humanos da CVS Health, Lisa Bisaccia. “Estamos orgulhosos por sermos reconhecidos pelos nossos esforços no Índice de Igualdade entre os Deficientes pelo segundo ano consecutivo”.

11. Panvel expande rede no sudeste – Uma das mais tradicionais redes gaúchas de drogarias, Panvel, está empenhada em ganhar mercado nas maiores cidades do Sudeste. No entanto, o plano é consolidar a operação na capital paulista antes de iniciar a expansão para outras praças.

A Panvel possui mais de 400 lojas no Brasil e fatura R$ 2,3 bilhões. Já opera com quatro lojas em São Paulo e a previsão é inaugurar mais uma até o fim deste ano. Ela pretende chegar a 45 pontos de venda. Segundo o presidente da empresa, Júlio Mottin Neto, a ideia é acelerar a abertura de unidades para garantir que, até o início da próxima década, a Panvel tenha uma presença relevante no maior mercado do País.

Seu objetivo é se estabelecer nas classes A e B, e não ser a maior rede paulistana. A partir de 2019, porém, essa expansão ganhará ritmo, com previsão de dez novas farmácias por ano.

A Panvel faz parte do grupo Dimed. A rede faturou R$ 2,5 bilhões no ano passado e aposta em um portfólio diferenciado de higiene e beleza, com uma estratégia consolidada de marca própria.

12.Pague Menos amplia sua rede – A companhia tem 1.141 unidades em todos os Estados do Brasil e no Distrito Federal, sendo que 55,4% estão concentradas no Nordeste, 20,9% no Sudeste, 10,3% na Região Norte, 8,7% no Centro-Oeste e 4,7% no Sul. Pode não parecer, mas a Pague Menos ainda está crescendo!

A rede fechou o primeiro semestre de 2018 com 74 novas unidades, com crescimento de 16% em inauguração na comparação com o mesmo período do ano passado. E ainda há 67 lojas em construção.

Além da abertura de novas lojas, a Pague Menos também está apostando em reformas das unidades atuais para formatos modernos, layouts, mobiliário e nova forma de comunicação e iluminação. Na capital baiana 56 lojas foram reformadas, totalizando um crescimento de 62% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O Nordeste concentra as três maiores praças da rede: Ceará com 173 lojas, Pernambuco com 109 e Bahia com 106. Devido à forte demanda, os três Estados contam com um centro de distribuição cada para trazer ganhos logísticos e assim oferecer preços ainda mais competitivos ao consumidor.

13. VITAMIN WORLD inaugurará loja no brasil – Em junho deste ano a varejista americana Vitamin World, especializada em suplementos alimentares, declarou que irá inaugurar sua loja no Brasil, no início de 2019. Será sua primeira loja fora dos Estados Unidos.

A empresa está em busca de parceiros locais para estruturar uma rede de lojas em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. A alta do dólar reduziu o número de brasileiros que compram nas unidades da Vitamin World no mercado americano. Já as vendas pela internet continuaram em alta.

E não é a toa que a Vitamin World está de olho no varejo brasileiro.  Aqui há o terceiro maior mercado de suplementos alimentares do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e a Austrália. Mas, enquanto de 50% a 55% dos americanos consomem esses produtos, a participação entre os brasileiros varia de 3% a 7% da população, considerado um mercado potencial.

Um dos problemas do varejo é o excesso de competidores, principalmente em sites de comércio eletrônico internacional. Apesar disso, em 2017, o faturamento do mercado de suplementação passou de R$ 1,9 bilhão no País, com crescimento de 11% sobre 2016.

14. Panvel recebe Prêmio de Excelência em Imagem – A Panvel foi eleita, em agosto de 2018, pelo Ranking IBEVAR-FIA como a empresa mais admirada no segmento de Drogarias e Perfumarias. A pesquisa traduz a visão dos consumidores sobre as marcas no Brasil.

A Panvel alcançou a pontuação mais alta, 8,1, e ficou com mais do que o dobro da segunda colocada, que recebeu pontuação de 3,9 (Raia/Drogasil).

Além disso, a Rede ficou empatada com outras quatro marcas, em primeiro lugar, por eficiência e eficácia do varejo farmacêutico: Onofre, Grupo DPSP, Raia/Drogasil e Pague Menos.

Fonte: https://www.ictq.com.br/varejo-farmaceutico/798-o-panorama-do-varejo-farmaceutico-no-ultimo-trimestre

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