Para os analistas de mercado, a economia brasileira começará a reagir, ainda que timidamente, no segundo semestre. Segundo o Boletim Focus do Banco Central, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá fechar 2017 com crescimento de 0,5%. Muito pouco para as necessidades do País, mas um alento após dois anos de encolhimento do PIB – em 2015 a retração foi de 3,8% e no ano passado houve queda de 3,5%. Inflação mais baixa (o BC prevê que a taxa atinja o centro da meta de 4,5% este ano, contra 6,4% em 2016) e a possível queda de juros a patamares na casa dos 10% (está em 13%) devem estimular o consumo e consequentemente os negócios. Buscando estar preparado para quando o crescimento voltar, o setor farmacêutico põe em marcha projetos de expansão. O ICTQ levantou quatro boas notícias da indústria e do varejo farmacêutico que sinalizam perspectivas positivas para 2017 em relação à produção, vendas e geração de empregos no setor.
1. Indústria prevê crescer até dois dígitos e mantém expectativa de novas contratações
Pode-se dizer que a indústria farmacêutica tem sido nos últimos anos um ponto fora da curva em relação ao conjunto da indústria brasileira, que vem apresentando dados negativos desde 2014. Segundo informações do QuintilesIMS, consultoria especializada em mercado farmacêutico, a indústria farmacêutica teve suas vendas elevadas em 5,1% em unidades e 13,2% em faturamento no comparativo entre outubro de 2015 e setembro de 2016. Projeções do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) indicam que o mercado de medicamentos fechou 2016 com crescimento da receita, pelo menos, dois pontos acima da inflação em relação ao ano anterior, o que é uma marca excepcional para um ano de crise.
Parcela do desempenho da indústria farmacêutica deve ser creditada a uma mudança importante na estrutura etária de nossa população, segundo análise de Estevão Scripilliti, economista do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco. “Houve expansão no contingente de idosos, que continuará ocorrendo. Além disso, há um aumento da expectativa de vida no Brasil. Essa combinação de mais idosos vivendo mais faz com que a demanda por remédios e outros bens cresça.” Outro aspecto nessa direção está relacionado com a crescente preocupação e zelo das pessoas com a saúde, bem-estar e questões estéticas, o que também gera uma demanda nova no setor. “Por fim, tivemos no último ciclo de expansão da atividade econômica no Brasil uma capitalização grande de empresas do setor, com inúmeros IPOs, o que permitiu que várias marcas fizessem importante expansão de suas redes e atingissem canais de distribuição e atendessem uma demanda reprimida. A soma desses fatores deve estar por trás do bom desempenho do setor nos últimos anos”, analisa o economista.
Para 2017, segundo Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, a indústria farmacêutica espera que a equipe econômica do governo consiga melhorar o cenário macro, pavimentando o caminho para a redução da taxa de juros e a retomada do consumo das famílias. “Se isto se confirmar, projeta-se um crescimento de 10% do mercado de medicamentos neste ano. Há ainda outro aspecto que gera otimismo. Com o dólar a R$ 3,20 o Brasil é atrativo para as multinacionais. Esse dado, somado à estabilidade da economia, cria um ambiente favorável para a retomada de investimentos, tanto de empreendedores locais quanto de players internacionais”, assinala.
Outro ponto positivo é que a indústria farmacêutica tem conseguido manter e até aumentar as ofertas de empregos. “Em meio à crise, o setor deu sua contribuição ao País. Num contexto de desemprego elevado e generalizado, ter contribuído para preservar e até aumentar postos de trabalho é auspicioso”, afirma Mussolini. O setor gera atualmente cerca de 100 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos, segundo levantamento do Sindusfarma.
“A indústria farmacêutica é, de modo geral, menos sensível às oscilações de mercado, seja para cima ou para baixo, então, faz seus planos considerando o médio e o longo prazo”, acrescenta Pedro Bernardo, diretor da Interfarma. De acordo com consultoria GlobalData, a expectativa é que, até 2020, a indústria farmacêutica tenha no Brasil um valor de mercado de US$ 48 bilhões. O País ocupa atualmente a sexta posição em vendas de medicamentos do mundo, com perspectiva de ocupar o quarto lugar nos próximos anos.
2. Novos investimentos na produção para vencer a crise
Com ou sem crise, os laboratórios instalados no Brasil preveem expandir suas atividades ao longo de 2017. “Existem investimentos e planos de expansão em andamento, especialmente pelo fato de o País ter a quinta maior população do mundo, estar passando por uma importante mudança demográfica, com o envelhecimento da população e ter uma parcela da demanda ainda não suficientemente atendida”, observa Pedro Bernardo. O laboratório Teuto revela que, com o início da produção de uma nova área de injetáveis em 2016, dobrou a capacidade do setor para 35 milhões de unidades produzidas por mês. Na ampliação dos sólidos, a capacidade saltou de 640 milhões para 1 bilhão de unidades. “Apesar do momento atual do mercado brasileiro, continuamos acreditando no País”, revela Ítalo Melo, diretor de Marketing e presidente do Conselho de Administração do Teuto. “Para os próximos anos, estão previstos o lançamento de cerca de 250 novos produtos. Isso é resultado dos investimentos de R$ 200 milhões realizados nos últimos anos. Para sustentar esses aportes, somente em 2016, contratamos 643 novos colaboradores, que se somam aos mais de 3,5 mil funcionários, dos quais cerca de 800 profissionais atuam na área de qualidade”, afirma o executivo, destacando ainda a estratégia da empresa de levar treinamento de gestão de alta performance a donos e gestores de farmácia, como forma de garantir o desenvolvimento do varejo farmacêutico.
“De modo geral, 2016 foi um ano desafiador para a economia brasileira. A expectativa da empresa é de crescimento em 2017”, afirma Rolf Hoenger, presidente da Roche Farmacêutica no Brasil. Segundo ele, o laboratório se preparou para este momento da economia com um plano estratégico de longo prazo. Atualmente, a afiliada brasileira responde por cerca de 40% das vendas na América Latina. “Não diminuímos nossos investimentos, pelo contrário. O aporte de R$ 300 milhões até 2020 na fábrica do Rio de Janeiro é parte importante do compromisso com o País”, salienta o executivo. Nessa unidade, a ideia é consolidar o Brasil como um hub de exportação de alguns produtos Roche para a América Latina e potencialmente para demais regiões. Com o investimento, a unidade do Rio de Janeiro deve expandir em 10% a capacidade de produção e de 30% para 50% o volume de exportações, ambas a partir de 2018. Para 2017, a empresa prevê o lançamento de terapias nas áreas de oncologia, neurologia e doenças raras. “A FDA, agência regulatória dos EUA, aprovou a molécula atezolizumabe, baseada na imuno-oncologia, para o câncer de bexiga, um tipo muito raro da doença e de difícil tratamento, onde faltavam opções terapêuticas. O medicamento também é estudado para outros tumores, como o de pulmão. Trabalhamos para que esta nova opção chegue ao Brasil neste ano”, revela Hoenger.
Também a Pfizer afirma confiar na recuperação da economia do Brasil, maior mercado da companhia na América Latina. Em 2016 a empresa completou a transferência da produção de saúde humana para a planta de Itapevi, na Grande São Paulo, uma operação que demandou aporte de US$ 27 milhões para a expansão e a modernização da fábrica. “Esses investimentos poderão aumentar significativamente a produção da companhia no País. A Pfizer aposta nisso para tornar o Brasil um importante polo de fabricação de medicamentos, tanto para atender o mercado interno como para ampliar suas exportações”, diz Mario Levada, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Pfizer Brasil. A companhia afirma investir por ano em âmbito mundial US$ 7,5 bilhões em pesquisa, concentrando seus esforços em sete áreas principais: imunologia e inflamação, oncologia, doenças cardiovasculares e metabólicas, dor e neurociência, vacinas, doenças raras e biossimilares. Seu pipeline é formado por 94 programas em todo o mundo, em diferentes estágios. Para 2017, a empresa prevê lançar no Brasil medicamentos para doenças raras, como a polineuropatia amiloidótica familiar, e ampliar o portfólio de medicamentos de oncologia, com nova droga para o tratamento do câncer de mama. Em 2016 a Pfizer colocou no mercado seu primeiro medicamento biossimilar. “Os biossimilares são uma das áreas mais promissoras do setor farmacêutico por que são produtos similares aos biológicos, medicamentos de avançada tecnologia, utilizados para o tratamento de enfermidades complexas, como o câncer e as doenças autoimunes”, destaca Levada.
Carlos Aguiar, diretor de Negócios da Medley, revela que 2016 foi um ano especial para o laboratório, unidade de genéricos e similares da Sanofi. Foram lançados sete novos medicamentos. A companhia ampliou a atuação no mercado de medicamentos similares, passando a desenvolvê-los no Centro de Desenvolvimento de Campinas, que recebe R$ 25 milhões em investimentos anualmente e onde 43 projetos estão em andamento, entre pesquisas com medicamentos genéricos e similares. “Acreditamos que o mercado de medicamentos similares, em especial, apresenta boas oportunidades de crescimento no Brasil. Atualmente, o segmento representa aproximadamente 30% do faturamento da companhia e, em 2017, vamos continuar investindo nessa área”, informa Aguiar, lembrando que a empresa vai se beneficiar do investimento feito pela Sanofi na unificação de suas operações logísticas. “São 200 milhões de euros em investimentos no Centro de Distribuição de Guarulhos, alocados entre 2015 e 2020.” Dois lançamentos de medicamentos similares estão previstos para o primeiro semestre, um para sistema nervoso central e outro para doenças cardiovasculares.
A Eurofarma planeja lançar, em 2017, 20 produtos, distribuídos em suas diferentes unidades de negócios e cobrindo distintas áreas terapêuticas. De acordo com Maria del Pilar Muñoz, diretora executiva de Sustentabilidade e Novos Negócios da Eurofarma, a empresa avança no plano de investimentos para a construção de um centro de inovação, no Complexo Industrial de Itapevi, que lhe permitirá ampliar o desenvolvimento de novos produtos e em inovação incremental e radical, incluindo a pesquisa de drogas biológicas. Em 2015, a Eurofarma registrou 11% de crescimento nas vendas brutas, e as unidades internacionais registraram elevação de 41%, o que lhes conferiu uma participação de 13% das vendas internas da companhia. “Em 2016, a empresa manteve crescimento de dois dígitos. O desafio para a Eurofarma é crescer ano a ano acima do mercado, sustentada principalmente por investimentos em equipe e inovação, pesquisa e desenvolvimento, firmando parcerias internacionais para trazer ao mercado produtos inovadores. Além disso, o movimento de internacionalização da empresa segue forte e ambicioso. A expectativa no médio prazo é se estabelecer em novos mercados, fora da região latino-americana”, relata Maria del Pilar Muñoz.
O foco da Aspen Pharma está na busca de alternativas para manter a rentabilidade dos produtos, ampliando o portfólio por meio de aquisições. A companhia fechou duas grandes aquisições em 2016, a primeira de sete anestésicos da AstraZeneca e a segunda do portfólio de anestésicos da GSK. “A aquisição da AstraZeneca, em especial, trouxe novos profissionais para a empresa, que começam a atuar ainda no início de 2017. Além disso, temos a política de crescer organicamente a linha de produtos que já possuímos”, afirma Jackson Figueiredo, gerente de Marketing da empresa, destacando ainda que o laboratório irá centralizar esforços no portfólio de medicamentos isentos de prescrição, além de buscar aquisições no mercado de produtos de prescrição.
3. Varejo farmacêutico não quer ouvir falar em retração e aperta acelerador em vendas e inovação
Ainda que tenha sentido os efeitos da crise, o varejo farmacêutico não pensa em pisar no freio. O ramo de farmácias, que cresceu de forma acelerada ao longo dos últimos anos, tem mantido ritmo de vendas beneficiado pela essencialidade da aquisição de medicamentos e pela negativa do consumidor de rifar totalmente de sua lista de compras cosméticos e produtos de bem-estar. “O consumidor resiste mais em cortar produtos de uso pessoal. Ele pode até reduzir a compra, mas não elimina”, afirma Cláudio Felisoni de Angelo, presidente do Provar-FIA e do Ibevar. Guilherme Dietz, economista da Fecomércio de São Paulo, destaca outra característica que beneficia o varejo farmacêutico. “As drogarias conseguem se segurar porque têm um mix de produtos maior e são ágeis na comercialização, se um produto não vende logo sai das gôndolas”, explica.
Já Marcus Vinicius de Andrade, diretor de Pesquisa do ICTQ, vai mais além. “Não existe crise no mercado farmacêutico, e é seguro afirmar que em 2017 esse setor continuará crescendo, principalmente por dois fatores: vendas e inovação.” Segundo o executivo, o motor de vendas do varejo está em aceleração máxima e isso é tangível quando se observa a expansão das redes por todo o País, sem influir negativamente nos pequenos empreendedores independentes, que mantêm os negócios em alta. “Vale sinalizar que as estratégias do varejo para manter o crescimento são diversas. Vai desde o preço até a inclusão de serviços e fatores de conveniência antes jamais sonhados dentro de uma drogaria”, revela Andrade.
E aí entra o segundo fator de crescimento desse mercado, que é a inovação, como observa o diretor de Pesquisa do ICTQ. “Quando falo em inovação que gera crescimento no mercado farmacêutico não me refiro a novas moléculas, drogas ou medicamentos que estão sendo lançados pelas indústrias. Mas à transformação que o PDV vem vivenciando nos últimos dois anos. Trata-se de uma nova farmácia, que deixa de ser um simples comércio de medicamentos para ser um centro de conveniência em saúde, qualidade de vida e bem-estar”, frisa. Em muitas capitais, lembra o executivo, as novas farmácias oferecem a comodidade de compra de itens que vão de medicamentos a pet shop, e tudo isso no drive thru, rápido e em um só ponto. “Isso pode ser até escandalizante para um farmacêutico ortodoxo, que acredita que a promoção de saúde e qualidade de vida está ligada estritamente a medicamentos e serviços farmacêuticos. Mas quando se pensa no trânsito cada vez mais difícil das grandes cidades, na poluição sonora e do ar que um cidadão recebe ao se dirigir a um supermercado, a uma lanchonete, a um pet shop ou a uma farmácia: não seria mais saudável encontrar tudo isso em um só lugar? Acredito que o consumidor e o empresário do varejo farmacêutico já entenderam que sim”, sustenta Andrade.
Além da conveniência em produtos, está em marcha o nascimento do centro de conveniência em serviços de saúde nas farmácias. Os consultórios farmacêuticos já são realidade dentro das grandes redes por todo o País, e quem ainda não tem um projeto para ter essas clínicas, está correndo atrás do tempo perdido para ter, destaca o diretor do ICTQ. “Imagine um ponto onde você pode comprar boa parte dos itens que consome na cesta básica da semana e ainda poder consultar, se vacinar e realizar o acompanhamento de tratamentos específicos com farmacêuticos e nutricionistas. Pense ainda o plano de saúde dando cobertura a esses serviços na sua farmácia preferida.”
Tal estratégia traz outro benefício. De acordo com Marcus Vinicius Andrade, ao avançar como um centro de conveniência em serviços de saúde, as farmácias compreendem cada vez mais o valor do farmacêutico como colaborador estratégico e economicamente rentável para o negócio. Assim, o varejo impulsiona o farmacêutico a buscar mais conhecimento e qualificação para sua atuação, uma vez que ele terá novas demandas em sua atuação. “No ICTQ, compreendemos essa nova realidade e, mais uma vez, inovamos para facilitar a jornada de quem quer progredir na carreira clinica dentro do varejo farmacêutico. Da mesma forma que fomos pioneiros na especialização com foco em farmácia clínica e prescrição farmacêutica, somos pioneiros agora ao desenvolver programas de capacitação em nível de especialização, com conteúdos mais aprofundados e específicos em algumas patologias, farmacoterapias e serviços clínicos”, sublinha o executivo.
“Assim como hoje temos milhares de farmacêuticos clínicos com noções gerais em atendimento e prescrição, amanhã teremos milhares de farmacêuticos especialistas em diabetes, controle de obesidade, gerenciamento de consultórios, controle da hipertensão, vacinação, primeiros socorros dentro das farmácias, nutracêuticos, procedimentos estéticos. Imagine o ganho que o varejo terá com profissionais qualificados para esses serviços dentro de suas farmácias, que já tem uma demanda latente vinda do consumidor-paciente. Você acha que o mercado e o profissional farmacêutico vão parar de crescer?”, questiona Andrade.
4. Nas farmácias, projetos de expansão em alta
Na rede de drogarias Pague Menos a ordem é arregaçar as mangas e não pensar em retração. “Não acreditamos em crise e em previsões pessimistas. Investimos e trabalhamos intensamente em 2016 conforme havíamos previsto”, acentua Carlos Henrique de Queirós, diretor de expansão e novos negócios das Farmácias Pague Menos. “Demos continuidade ao plano de expansão da rede, investindo R$ 150 milhões principalmente na abertura de novas unidades. Com um ritmo de abertura de uma loja a cada três dias, somamos mais de 930 unidades em cerca de 320 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal. Mantivemos firmes a nossa meta de chegar a mil pontos de venda em 2017.” Para dar suporte à expansão das lojas, a rede mantém centros de distribuição na capital cearense, Goiás, Pernambuco e na Bahia. Também está prevista a inauguração de duas plantas até 2018, nas regiões Norte e Sul. “Em 2017 também iremos aprimorar a experiência de compra dos clientes por meio da tecnologia. Como fazemos ao longo de quase 36 anos, firmamos diversas parcerias em tecnologia, sistemas e infraestrutura de TI para aperfeiçoar a operação nas lojas e torná-las inteligentes, diferenciando nosso negócio”, diz Queirós.
A Raia Drogasil revela que tem um plano de expansão forte para 2017, com uma projeção de abertura de 200 lojas por ano, meta atingida em 2016. A companhia foi criada em 2011 a partir da fusão entre a Droga Raia e Drogasil. Com mais de 1.370 lojas em operação, a empresa é uma das maiores redes de drogarias do Brasil. “O ponto mais importante na trajetória de crescimento da Raia Drogasil tem sido o foco em entender as necessidades dos clientes. Respeitamos as características regionais e estamos sempre observando as transformações sociais que ocorrem no País”, afirma Antonio Carlos de Freitas, vice-presidente de Relações Institucionais da Raia Drogasil. Segundo ele, a população idosa brasileira vai dobrar ao longo dos próximos quinze anos. Atualmente, o grupo com mais de 65 anos soma 16 milhões dos brasileiros e deve chegar a 30 milhões em 2030. “Com o envelhecimento, a expectativa de vida da população aumenta e as pessoas buscam mais qualidade de vida e bem-estar, portanto, aquele que consegue entregar o melhor nível de serviço aos clientes está se destacando”, revela o executivo. “Outro ponto importante no avanço do varejo farmacêutico é que o consumidor vê a farmácia não somente como um local para comprar medicamentos, mas como um estabelecimento que vende saúde e bem-estar”, completa.
Também as farmácias independentes e as redes associativistas passam por um bom momento, com crescimento maior do que a média do mercado, segundo Edison Tamascia, presidente da Febrafar, federação que reúne as associativistas. Em relação ao faturamento, o segmento fechou 2016 com o crescimento de vendas acima da inflação. “Já as vendas unitárias de medicamentos tiveram alta de cerca de 5%, o que é muito bom no atual momento da economia”, afirma o executivo. Hoje as 53 redes de farmácias associadas a Febrafar representam 12,4% do mercado nacional e trabalham com perspectiva de crescimento de novas fatias para 2017, tendo em vista o ritmo de abertura de lojas e das que aderem ao associativismo como forma de crescer, que, segundo Tamascia, é muito grande. “A maioria das redes possuem projetos de expansão. Cito o exemplo das redes ligadas a Farmarcas, que possuem atualmente pouco menos de 600 lojas e pretendem atingir 1.000 estabelecimentos até meados de 2018”, diz o presidente da Febrafar.
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