Os consumidores buscam, cada vez mais, por empresas que pensem na sustentabilidade como primeiro plano; e os investidores também

“No momento em que vivemos, o individualismo é colocado em jogo. Hoje, não tem como a gente viver no ecossistema se a gente não pensar na nossa convivência em grupo, com a sociedade.” Com essa frase, Luiz Grilo, CEO da Residuall, iniciou o painel “Os novos extremos da sustentabilidade: o hiper-ecológico X o hiper-individualista” do CONAREC 2020.

Luiz traz a visão de que, a cada dia, as pessoas estão mais conscientes e ativistas, o que tem potencializado mudanças que estamos vivenciando. Se há alguns anos a sustentabilidade era um tema pouco debatido e distante das empresas, hoje ela faz parte das estratégias e mostra para o mercado o quão saudável uma marca é, influenciando, inclusive, investimentos.

A visão é corroborada por Maya Colombani, diretora de inovação e sustentabilidade da L’oreal Brasil. “Já observamos em escala mundial uma geração que traz um ativismo muito positivo e está começando a falar mais alto. Começamos a ver fundos de investimentos que não querem mais investir em negócios que não são sustentáveis, que não se preocupam com as mudanças climáticas ou com a inclusão de comunidades. Quem vai de encontro está negando a realidade”, afirma. Maya ainda completa para deixar claro a importância do assunto: “Se o planeta fracassa, nosso negócio fracassa”.

Valeria Michel, diretora de sustentabilidade da Tetra Pak Brasil e Cone Sul explica que quando se trata de sustentabilidade na indústria, é preciso pensar na cadeia de negócios como um todo. “A gente quer que os consumidores tenham acesso aos alimentos de maneira segura e sustentável, para isso as parcerias são fundamentais. No nosso caso, por exemplo, temos parceria com os nossos fornecedores de matéria-prima: um dos nossos principais produtos são as caixinhas longa vida e a Kablin, que é nosso fornecedor de papel, é um dos nossos parceiros na reciclagem pós-consumo. A nossa responsabilidade não acaba na hora que o alimento chega na mesa do consumidor, ela continua depois do consumo. A colaboração é fundamental”, afirma.

O poder do consumidor
“Eu vejo que o consumidor tem adotado um papel cada vez mais de fiscalizador, tanto das ações positivas quanto das negativas das empresas”, afirma Luiz Grilo ao perguntar a visão de Maya e Valéria sobre o consumidor que está ganhando mais voz.

Maya afirma que hoje, o que o consumidor quer é transparência, não perfeição. “As empresas, todas elas, precisam ser transparentes sobre os seus desafios na questão da sustentabilidade e sobre o que fazem bem. O consumidor hoje não olha a sustentabilidade apenas para comprar um produto, mas para trabalhar na empresa também. Um colaborador que acha que a empresa não tem propósito, não fica nela. Hoje a L’oreal está em contato constante com o consumidor para entender onde melhorar.”

Na Tetra Pak a estratégia é manter um diálogo constante com o consumidor, com a comunidade e com o planeta por meio de pesquisas realizadas constantemente.

“O consumidor tem um poder gigante, nem todos sabem disso, mas é ele que pode direcionar, através das suas escolhas, para que lado as empresas vão. Trabalhamos há mais de 25 anos com sustentabilidade, o que mudou é que a população está demandando ainda mais as questões de sustentabilidade e nós, como empresa, temos que direcionar os nossos esforços para isso”, afirma Valeria.

Nesse sentido, Luiz afirma: “Sustentabilidade parou de ser gasto e passou a ser um investimento”.

Fonte: https://www.consumidormoderno.com.br/2020/10/20/a-sustentabilidade-e-uma-questao-de-sobrevivencia/

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