A biofarmacêutica AbbVie concluiu a aquisição da Mitokinin, empresa de biotecnologia que está desenvolvendo um tratamento promissor para doença de Parkinson (DP). Dentre o portfólio da companhia, está o ativador seletivo PINK1, principal aposta da Mitokinin, projetado para tratar a disfunção mitocondrial, o que acredita-se ser um importante fator contribuinte na patogênese e progressão da doença de Parkinson.
PINK1 desempenha um papel fundamental na manutenção de um sistema mitocondrial saudável, facilitando a eliminação de organelas disfuncionais. As mutações que ocorrem na PINK1 estão associadas à perda dessa função e causam as formas mais típicas da doença. Sua ativação oferece uma abordagem modificadora ao atingir a disfunção mitocondrial, impactando sua saúde em casos de doença de Parkinson esporádica.
“O Parkinson continua sendo uma grande necessidade médica não atendida, afetando pacientes, cuidadores e a sociedade como um todo. Com esta aquisição, estamos entusiasmados em expandir nosso portfólio em neurociência e explorar uma nova opção de tratamento dessa doença”, disse Jonathon Sedgwick, Ph.D., vice-presidente e chefe global de pesquisa de descoberta da AbbVie. “Enquanto os tratamentos atuais podem aliviar os sintomas do parkinsonismo, atualmente não existem terapias disponíveis que impeçam sua progressão. A focalização em PINK1 oferece uma abordagem inovadora que pode alterar a patogênese da doença.”
“A colaboração com as equipes globais de neurociência e inovação da AbbVie acrescentou um valor significativo, além de recursos para acelerar o programa de estudos que investiga uma nova possibilidade de tratamento”, comenta Daniel de Roulet, co-fundador e CEO da Mitokinin.
O papel da PINK1 na abordagem da disfunção mitocondrial é reconhecido há muito tempo, no entanto, desenvolver ativadores seletivos que penetrem no cérebro como uma alternativa terapêutica para doença de Parkinson tem sido desafiador.
“Nossos dados pré-clínicos demonstram que nosso composto ativador da PINK1 pode aprimorar seletivamente sua forma ativa, que é encontrada em mitocôndrias danificadas, sem afetar amplamente sua regulação”, adiciona Nicholas Hertz, Ph.D., co-fundador e diretor científico da Mitokinin. “Acreditamos que essa abordagem pode proporcionar benefícios clínicos significativos aos pacientes com Parkinson”, finaliza.
Conforme os termos do acordo, a AbbVie pagará aos acionistas da Mitokinin 110 milhões de dólares na conclusão da aquisição. Os acionistas permanecem elegíveis para pagamentos adicionais potenciais de até 545 milhões de dólares com base no alcance de determinados marcos de desenvolvimento e comerciais relacionados ao sucesso do programa PINK1, além de royalties escalonados com base nas vendas líquidas.
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