A América Latina vem se consolidando como vitrine dos investimentos da indústria farmacêutica em pesquisa & desenvolvimento. Nos últimos cinco anos, o financiamento de estudos clínicos no continente ultrapassou US$ 1,1 bilhão, o maior montante em nível global no período. O Brasil, com aportes de US$ 361,8 milhões, respondeu por 32% desse movimento.
O impacto econômico da área de P&D na região já é de US$ 37 bilhões, mobilizando cerca de 670 mil profissionais. Os dados são de um estudo da IQVIA, encomendado pela Federação Latino-americana da Indústria Farmacêutica (Fifarma), entidade que representa 16 laboratórios e 11 associações de pesquisa na América Latina e Caribe.
Realizado em setembro, o estudo Avaliação da Indústria Farmacêutica com Base em Pesquisas na América Latina levantou dados da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá e Peru.
“Para cada dólar gerado na indústria farmacêutica mundial, outros setenta centavos são produzidos na economia latino-americana, o que ratifica o compromisso do setor de viabilizar a formação de sistemas de saúde mais sustentáveis e equitativos”, lembra Florencia Davel, gerente geral da Bristol-Myers Squibb para a América Latina e presidente do Conselho de Administração da Fifarma.
Para dar sustentação a esses investimentos em inovação, as farmacêuticas já injetaram, desde 2017, mais de US$ 95 milhões em 15 plantas de produção e soluções tecnológicas.
“Os medicamentos evoluíram significativamente nos últimos 30 anos, mudando as abordagens de tratamento. Essas inovações geradas pela indústria farmacêutica de P&D reduziram os efeitos adversos e melhoraram o prognóstico para os pacientes. No caso do câncer de mama, por exemplo, a taxa de sobrevida livre de eventos aumentou de 21 para 57 meses”, ressalta Mauricio Cifuentes, diretor de serviços de consultoria da IQVIA para a Região Andina.
Mais parcerias público-privadas
Cifuentes salienta ainda necessidade de impulsionar parcerias público-privadas para estimular a transformação digital e incentivar, principalmente, a oferta de medicamentos de especialidades para doenças raras e de alta complexidade. Nesse cenário, um dos movimentos vem sendo trilhado pelo Banco Mundial. “Demos início a um grupo de trabalho para instituir leis e regulamentos que enquadrem a relação público-privada na indústria farmacêutica e com enfoque claro em remédios de alta complexidade”, observa Andreas Seiter, líder global da instituição para o setor privado.
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