Artigo da jornalista Denise Assis, publicado no jornal O Povo, faz uma análise interessante sobre o interesse da comitiva brasileira que viajou a Israel para conhecer um spray nasal contra o novo coronavírus. Batizado de EXO-CD24, o produto não tem sua eficácia comprovada e ainda está em desenvolvimento no Centro Médico Ichilov.
Mas esse grupo, que contava até com o filho do presidente Jair Bolsonaro e voltou sem nada efetivo na bagagem, poderia ter visto exemplos muito mais próximos do nosso quintal, como os da Universidade de São Paulo (USP) e de Cuba.
Reportagem do Jornal da USP detalha o desenvolvimento na universidade de uma vacina em spray nasal contra a Covid-19, 100% nacional extremamente adaptável à diferentes variantes e que pode ser guardada em temperatura ambiente.
Segundo Jorge Kalil Filho, diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da FMUSP e coordenador da pesquisa, a opção pelo desenvolvimento da vacina nasal se deve ao fato de que uma resposta local muito forte pode, assim, ser estimulada. Além disso, a vacina fortalece as defesas na mucosa nasal.
Primeira vacina latino-americana?
Enquanto isso, a vacina Soberana 2, desenvolvida em Cuba, entrou na última semana na fase 3 dos testes clínicos, a última antes da aprovação. Segundo o portal G1, o recrutamento dos 44 mil voluntários com idade entre 19 e 80 anos já começou e o processo deve ter início ainda nesta semana, segundo o Instituto Finlay de Vacinas.
O grupo de voluntários foi dividido em três para o estudo. Alguns receberão duas doses de Soberana 2 com 28 dias de intervalo, outros receberão duas mais uma adicional para aumentar a imunidade, enquanto um placebo será aplicado em um terceiro grupo. Se a Soberana 2 obtiver a autorização final, se tornará a primeira vacina contra a Covid-19 concebida e produzida na América Latina.
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