A última enquete do Panorama Farmacêutico marcou uma considerável divisão de opiniões ao questionar os leitores sobre o futuro das farmácias genuinamente digitais  no Brasil. Ao todo, 2.976 profissionais manifestaram sua impressão sobre esse segmento.

Para 30% dos participantes da enquete (901 votos), as farmácias online vão crescer em determinados nichos de produtos. Já 27% (810) são ainda mais otimistas e apostam na consolidação do setor. Porém, outros 24% (724) entendem que elas seguirão em alta, mas a um ritmo menor na chamada pós-pandemia. Já 18% (541) cravam que as redes tradicionais poderão incorporar essas empresas às suas operações.

Novos investimentos e players
A despeito dos números, o fato é que investidores estão atentos a uma janela de oportunidades para as farmácias digitais. É o caso da InvestFarma, que adquiriu a Farmadelivery há exatos 12 meses. “Atingimos o recorde de 5,2 mil cidades atendidas e 50 mil SKUs em portfólio”, declara o diretor de negócios Rodrigo Cesar Santos. A plataforma tem como uma das estratégias a criação de lojas virtuais para laboratórios como Apsen, Megalabs, Myralis e Roche.

Já a Far.me recebeu um aporte da Viveo para intensificar a oferta de seu plano de assinatura de medicamentos, que disponibiliza aos pacientes a entrega em casa de uma caixa personalizada, com os fármacos separados em sachês por dia, horário e dose. Presente nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e São Paulo, a startup soma 9 mil usuários, a partir de convênios com a saúde suplementar e programas de suporte da indústria farmacêutica.

E com um investimento projetado em mais de R$ 32 milhões, a Qualidoc iniciou atuação em julho deste ano. O grupo firmou parcerias com programas de suporte de farmacêuticas como Bayer, FQM, Novo Nordisk e Pfizer. O portfólio reúne mais de 10 mil itens, incluindo medicamentos controlados e termolábeis com retirada de receita gratuitamente. Quem está por trás da operação é a família Arede, fundadora da Drogaria Onofre.

Espaço para todos, mas atritos a serem resolvidos
Para Tatiana Thomaz, consultora especializada em experiência do cliente e professora da ESPM, esse modelo de negócios veio para ficar com o advento da digitalização. Mas esse crescimento não será suficiente para representar uma ameaça às lojas físicas. “O varejo farmacêutico tradicional conseguiu se posicionar pela diversidade no mix e pela venda consultiva. A conveniência do online é um valor agregado, mas visitar o PDV e ter um profissional a postos para orientar a compra é um hábito consagrado”, avalia.

Ela também avalia que as farmácias digitais precisam superar atritos que dificultam a retenção do shopper. As experiências que a própria Tatiana enfrentou ajudam a enxergar essa realidade. “Que tal você adquirir uma série de produtos em uma grande plataforma de e-commerce farmacêutico e recebê-los de forma fatiada, em dias diferentes, por uma decisão unilateral do vendedor? Ou que tal receber semanalmente anúncios promocionais de fraldas descartáveis enquanto sua filha está completando 18 anos?”, questiona.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/enquete-revela-futuro-promissor-para-farmacias-online/

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