A Sorrento Pharmaceuticals, com sede em San Diego (EUA), que desenvolve um medicamento antiviral contra a covid-19, vai entrar com força nos mercados de países como Brasil e México, disse o presidente da companhia, Henri Ji.
Segundo ele, dado que alguns países possuem mais dificuldades logísticas para administrar vacinas, que muitas vezes necessitam de temperaturas muito frias, abrem-se oportunidades para empresas que desenvolvem tratamentos e profiláticos mais fáceis de transportar e armazenar.
“Esses países precisam de uma alternativa”, disse Henri Ji, presidente da companhia.
O surgimento de novas e perigosas variantes do SARS-CoV-2 tem causado pânico entre as autoridades de saúde e pesquisadores nos últimos meses. Mas lidar com um vírus em evolução não será necessariamente um jogo eterno para os desenvolvedores de medicamentos, observa Robbie Allen, executivo de pesquisas da Sorrento.
“Não acho que haja um número infinito de variantes que possam surgir com alto desempenho”, diz. “O número de variantes aptas o suficiente para competir no contexto geral da pandemia é menor”, completou.
Como evidência, Allen aponta para a convergência entre as mudanças de aminoácidos que ocorreram dentro do vírus em diversas partes do mundo, o que sugere que as pressões evolutivas estão repetidamente conduzindo o vírus para pontos finais semelhantes.
Em outubro de 2020, a Anvisa autorizou a empresa a iniciar o teste em fase 2 do medicamento a base de anticorpos no Brasil, com cerca de 400 voluntários. O nome do medicamento é “Covishield”.
Segundo a Sorrento, esses anticorpos se ligam à proteína spike do coronavírus (como se fosse uma coroa em volta do vírus) e impede o vírus de entrar na célula e conseguir se replicar para espalhar a infecção.
As ações da empresa eram negociadas em alta nesta terça-feira após o anúncio do acordo com a Mount Sinai Health System para desenvolvimento de um coquetel de anticorpos que pode neutralizar o vírus Sars-CoV-2 e as variantes surgidas no Reino Unido e na África do Sul.
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