Quem vai às farmácias na Capital sente o impacto da carência de remédios e, quando encontra, se assusta com os altos preços
A falta de remédios nas redes de farmácias e drogarias se agrava em Goiânia, sobretudo com relação aos genéricos, mais baratos. O Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás confirma o agravamento da crise. E atribui essas dificuldades à pandemia da Covid 19, a guerra na Ucrânia provocada pela Rússia e à alta demanda por medicamentos nesta época do ano. Quem vai às farmácias nesta Capital sente o impacto da carência de remédios e o consequente reajuste de preços. Uma cliente resumiu o susto ao apresentar uma receita e perguntar pelo preço: “Quase cair dura”.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde relata que os diversos estados expuseram a falta de mais de 40 medicamentos. Eles vão desde soro fisiológico e antibióticos, o que também reafirma o SFGo, acrescentando produtos usados no tratamento de doenças raras, como lúpus, Guillain-Barré e Crohn. A médica pediatra Flávia Nunes se vira como pode ao passar receita aos pais de crianças. Segundo ela, falta até embalagem de vidro na parte relativa à pediatria” O mesmo ocorre com o SUS. Quem tem plano de saúde também sofre com carência de remédios gerais.
Os estoques de hospitais e os serviços de emergência já acusam problemas. A dipirona injetável, por exemplo, está em falta no País. Quem precisa de antibióticos como amoxicilina, azitromicina, clavulanato e cefalexina sofre com a escassez. Esses quatro itens são essenciais para o tratamento de doenças de grande prevalência, como problemas respiratórios e infecções urinárias. Em um período em que os casos de síndromes respiratórias aumentaram exponencialmente junto a um novo surto de Covid, a falta desses medicamentos, bem como de corticóides e bronco dilatadores, preocupam médicos e pacientes.
O que explica o desabastecimento é a falta de insumo farmacêutico ativo, o principal ingrediente de um remédio. Sem ele, é como se o medicamento fosse apenas uma junção de várias substâncias sem efeito nenhum. O Brasil produz apenas 5% do IFA utilizado. O restante é importado, sendo 68% proveniente da China. Além disso, há a dependência da importação para conseguir outros incipientes medicamentosos e materiais para a embalagem, como blister, tinta, frascos e conta-gotas.
“Considerando que a nossa maior dependência é chinesa, os novos lockdowns em Xangai no início deste ano fizeram o preço da matéria-prima subir em média 200%. A guerra entre Rússia e Ucrânia prejudicou a logística, que sofreu um aumento de 300%. Isso interrompe um fluxo contínuo e, até ele entrar no eixo de novo, leva um tempo”, explica Norberto Prestes, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi).
Fonte:. https://www.dmanapolis.com.br/noticia/37437/falta-de-remedios-se-agrava-em-goiania
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