O faturamento dos genéricos nos últimos 12 meses até março de 2022 ratifica o marco que essa categoria de medicamentos representa para o acesso à saúde no país. Em valores, o setor já movimenta R$ 39,6 bilhões, crescimento de 15,17%.
O número de unidades de medicamentos genéricos comercializados no Brasil cresceu 6,55%, segundo a PróGenéricos, com base em dados da IQVIA. Foram 1,7 bilhão de unidades vendidas no varejo farmacêutico do país, 107 milhões de unidades a mais que o verificado no ano anterior.
No Dia Nacional do Medicamento Genérico, fazemos uma radiografia desse segmento essencial para consolidar as farmácias como centros de atenção primária.
Faturamento dos genéricos resulta em economia para consumidor
Estimativas apontam que a venda de medicamentos genéricos no Brasil deve proporcionar mais de R$ 214 bilhões em economia para o consumidor em 2022. Um crescimento de 82,2% em relação a 2020, que somou R$ 176 bilhões.
15 farmacêuticas detêm 90% do faturamento dos genéricos
Segundo a PróGenéricos, 90% do mercado brasileiro de genéricos é composto pelas 14 indústrias farmacêuticas associadas à entidade. O Brasil conta hoje com 94 fabricantes dessa classe de medicamentos, responsáveis por mais de 2.335 registros e 4.610 apresentações comerciais.
“Os genéricos ocupam 40% do mercado em unidades e vêm sendo o motor de crescimento da indústria”, afirma a presidente executiva Telma Salles. Segundo ela, o rigor regulatório que garante a qualidade desses medicamentos demandou investimentos superiores a R$ 1,5 bilhão nos últimos dez anos, envolvendo ampliação e construção de unidades fabris.
Medicamentos genéricos no varejo
A pandemia da Covid-19 provou ser um impulsionador do mercado de genéricos no ano passado. A crise econômica e a queda da renda da população fez aumentar a demanda por substitutos mais baratos de medicamentos. Segundo a IQVIA, a categoria responde por 35% das vendas em unidades no conjunto do mercado farmacêutico brasileiro.
- 60% dos genéricos são mais baratos que os medicamentos de referência nas farmácias
- 79% dos consumidores compram ou já compraram medicamentos genéricos
- 33% dos medicamentos prescritos no Brasil são genéricos
- 85% dos medicamentos do Farmácia Popular são genéricos
Já a pesquisa sobre o Comportamento do Consumidor em Farmácias no Brasil, realizado pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC) em parceria com a Unicamp, revelou uma queda na cesta de produtos adquiridos pelos consumidores e, consequentemente, diminuição do ticket médio de vendas. “Uma novidade na atual edição da pesquisa é que foi avaliado o grau de confiança dos entrevistados nos produtos genéricos. Com isso se observou que esse tipo de produto já caiu na preferência dos entrevistados, sendo que somente 3,3% afirmaram ter um nível de confiança ainda baixo”, aponta o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.
De acordo com dados da Abrafarma, referentes ao primeiro trimestre deste ano, o volume de comercialização desse tipo de medicamento contabilizou R$ 5,79 bilhões, crescimento de 14,3% em relação ao mesmo período de 2021, que foi de R$ 5,07 bilhões. “Os genéricos respondem por cerca de 17% da receita com remédio no grande varejo farmacêutico brasileiro. Desde sua implementação, despontam como importantes estímulos para ampliar a adesão aos tratamentos. É uma categoria consistente e consolidada, que harmoniza preço e qualidade”, comenta o CEO da entidade, Sérgio Mena Barreto.
Os melhores genéricos segundo profissionais de saúde
A 5ª edição da pesquisa Performance Farmacêutica 2022, realizada pela Ipsos Healthcare em parceria com o Sindusfarma, identificou as indústrias farmacêuticas melhor avaliadas pela classe médica. O estudo foi baseado em entrevistas com 650 médicos, atuantes nas principais regiões do país.
A Eurofarma foi a indústria mais lembrada por médicos quando se trata de medicamentos genéricos de qualidade nas áreas de endocrinologia, ginecologia, hematologia, neurologia, oncologia, ortopedia, otorrino, pediatria, pneumologia, reumatologia e urologia. Em 2021 a farmacêutica brasileira ocupou a vice-liderança do mercado de genéricos, com 13,05% de market share.
Já os genéricos da Medley foram os melhor avaliados pelos médicos nas áreas de cardiologia, clínica geral, gastroenterologia, pneumologia e psiquiatria. Nesta última, dividiu a liderança com a EMS. Em 2021, a categoria apresentou R$ 6,2 bilhões de faturamento na EMS, um avanço de 19% em relação ao ano anterior. Já o volume de caixas vendido destes produtos passou de 227 milhões para 237 milhões de unidades, um crescimento de 5%.
Patentes e lançamentos
A anulação do trecho da Lei de Propriedade Industrial, que permitia prazo indeterminado para patentes de medicamentos abriu uma ampla via de oportunidades para o mercado de genéricos. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu a quebra de mais de 3.435 patentes e a expectativa é de um movimento ostensivo da indústria farmacêutica para viabilizar lançamentos. Para Telma Salles, as áreas de imunologia e oncologia serão as mais beneficiadas.
De acordo com o relatório Previsão de mercado de injetáveis genéricos para 2028, da ResearchAndMarkets, publicação recente da Business Standard revela que medicamentos de marca no valor de US$ 240 bilhões perderão patentes globalmente nos próximos anos, oferecendo inúmeras oportunidades de remuneração aos fabricantes de injetáveis genéricos. O mercado está projetado para atingir US$ 150 bilhões em 2028, ante os US$ 74,73 bilhões em 2021.
Os baixos custos iniciais de P&D permitem que os fabricantes de medicamentos vendam injetáveis genéricos a preços mais baixos. Conforme declarado pela FDA dos EUA, um único concorrente genérico pode levar a reduções de preço de 30%, enquanto cinco genéricos concorrentes elevam o percentual para 85%.
Mercado global
O mercado global de medicamentos genéricos deve atingir aproximadamente US$ 508 bilhões até 2026, uma taxa de crescimento anual de 5,6%, de acordo com um estudo da Global Industry Analysts, Inc publicado no portal Pharmacy Times.
A análise projeta que o mercado de genéricos nos Estados Unidos será de aproximadamente US$ 121,8 bilhões em 2022, representando cerca de 30,46% do mercado global. O estudo também prevê que a China atinja um mercado de US$ 91,2 bilhões nos próximos quatro anos, crescimento de 7,2%. Outros mercados como Canadá e Japão devem crescer 5% e 3,8%, respectivamente.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/faturamento-dos-genericos-40-bilhoes/
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