Com a participação de 120 países, a CPhI China & P-MEC mobilizará em mais uma edição cerca de 3 mil expositores e 50 mil executivos internacionais do universo farmacêutico. O ponto alto desta edição é a agenda virtual de 18 de novembro a 18 de dezembro, que possibilita o acesso de gestores brasileiros à programação e aos inúmeros workshops.
Pouco conhecido entre os gestores nacionais, o evento abre uma possibilidade inédita de intercâmbio com indústrias, distribuidoras e fornecedores do gigante asiático e de várias partes do mundo. Além de prospectar oportunidades para exportação de insumos, produtos e serviços, as empresas brasileiras poderão ter acesso privilegiado a 800 fabricantes de equipamentos e infraestrutura. Essas companhias detêm soluções de ponta para aprimorar processos logísticos e de tecnologia em parques fabris e centros de distribuição.
O acesso à programação virtual se dá por meio de uma ferramenta de matchmaking. O formato possibilita encontrar os parceiros ideais por meio de algoritmos que qualificam os perfis e interesses comerciais de comprador e vendedor. A Virtual Expo Connect (VEC) está subdividida em seis zonas temáticas – extratos naturais; CMO & CRO (para provedores de soluções de marketing); biofarmacêutica; produtos acabados; APIs; e saúde animal & suplementação.
As empresas participantes ainda poderão assistir a palestras, webcasts e visitas online aos showrooms montados pelos expositores. E entre os dias 16 e 18 de dezembro, mais de 100 painéis serão dedicados a divulgar tendências em tecnologia, produtos e serviços.
Alcance digital do varejo chinês
A CPhI China é a porta de entrada para expandir negócios no segundo maior varejo farmacêutico do mundo, que tem no alcance digital um de seus principais trunfos. Neste ano, pela primeira vez o país viu o resultado do comércio eletrônico superar o das lojas físicas.
Dados do órgão regulador norte-americano Trade International Administration indicam que as vendas online responderam por 51% das transações do varejo chinês nos seis primeiros meses de 2021, contra 49% das operações nos PDVs. Para se ter uma ideia dessa façanha, a Coreia do Sul, segundo país no ranking de e-commerce, tem apenas 29% das vendas por meios virtuais. O percentual é de 28% no Reino Unido, líder nesse segmento na Europa. No Brasil, o índice não passa de 10%.
Entre os fatores considerados estratégicos para essa conquista estão a infraestrutura que inclui trens de alta velocidade e armazéns sob a operação de robôs, que possibilitam entregas em até 24 horas em todos os cantos do país. Outro diferencial é a tendência do social-commerce, que mescla vendas e redes sociais em uma só plataforma.
Representação de farmacêuticas chinesas
Para a indústria e o atacado farmacêutico, outra alternativa promissora é a negociação de acordos de representação dos laboratórios da China no mercado brasileiro. E a ascensão do setor localmente tem sido meteórica. De acordo com a Fortune Global 500 de 2020, as dez maiores farmacêuticas do país em faturamento movimentaram mais de US$ 96,4 bilhões no ano passado. E duas já estão entre as top 12 globais.
Uma delas é a Shanghai Pharmaceuticals, com US$ 27,9 bilhões. A companhia vem sustentando o crescimento nos últimos anos graças a uma série de aquisições, como a distribuidora de medicamentos Cardinal Health. No primeiro semestre, deu início à construção de uma planta de US$ 1,18 bilhão no parque industrial de Zhangjiang, em Xangai, sede de gigantes farmacêuticos como a Roche, Novartis e GlaxoSmithKline (GSK).
A companhia especializou-se na produção de genéricos e medicamentos de prescrição inovadores em cinco áreas terapêuticas – cardiovascular, sistema nervoso central, aparelho digestivo, imunologia e oncologia. Em 2020, iniciou incursão no segmento de doenças raras e atingiu a marca de 31 países para onde exporta seus produtos, incluindo o Brasil.
Com faturamento de US$ 27 bilhões, a China Resources Pharmaceutical mantém quatro laboratórios especializados em remédios de prescrição, suplementos e produtos naturais, além de controlar a terceira maior distribuidora de medicamentos local. O atacado farmacêutico, inclusive, já responde por 56% do volume de negócios. O grupo também atua no varejo farmacêutico, com mais de 700 lojas na China e em Hong Kong. Com 12 áreas terapêuticas, a empresa tem cerca de 30% do volume destinado ao mercado externo, com foco em produtos naturais e segmentos como oncologia, dermatologia e saúde da mulher.
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