Segundo a Close Up Farma, especializada em auditoria do setor farmacêutico, laboratório tem 35% do mercado
A GreenCare, uma das principais “players” no mercado brasileiro de produtos à base de cannabis, alcançou a liderança, em termos de faturamento, entre todas as empresas que comercializam produtos fitoterápicos no país, ou medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais, com fatia de 35%, segundo a Close Up Farma, empresa especializada em auditoria do mercado farmacêutico.
Ao mesmo tempo, a GreenCare já responde por mais de 30% das prescrições médicas para a compra de produtos à base de cannabis nas farmácias brasileiras, com três apresentações, o maior portfólio disponível. Líder de mercado se considerado o produto do tipo “full spectrum”, que traz além do canabidiol os demais compostos da planta, a empresa deve trazer ao menos duas novas apresentações a mercado até o fim de 2024 e tem mais produtos que ainda aguardam o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O mercado de produtos à base de cannabis, que em algum momento no futuro terá o registro de medicamento, cresce a taxas acentuadas no país. No primeiro semestre, as vendas de cannabis medicinal nas farmácias saltaram 137%, a 140,1 mil unidades. Em faturamento, as vendas avançaram 123%, para R$ 59,5 milhões, segundo dados da IQVIA, multinacional que audita o varejo farmacêutico. Na GreenCare, a média de pacientes atendidos cresce mensalmente – mais de 35 mil foram atendidos desde o início de suas operações.
Em entrevista ao Valor, o presidente e um dos fundadores da GreenCare, Martim Prado Mattos, diz que dois grandes movimentos, relativos à cannabis, contribuem para a organização desse mercado. A partir do momento em que Anvisa publica a resolução 267, que possibilita às empresas a comercialização dos produtos à base de cannabis no varejo farmacêutico brasileiro, mesmo que por um prazo de cinco anos, médicos e consumidores passam a apostar mais nos rótulos disponíveis nas drogarias brasileiras, em detrimento dos importados, por causa de preço e segurança de disponibilidade.
Há ainda a migração dos produtos de primeira geração, de canabidiol isolado, um fitofármaco, para os de segunda geração, os chamados “full spectrum”, produto fitoterápico e com mais ativos além do canabidiol. Os estudos sugerem que seu efeito é melhor.
Agora, os produtos registrados pela Anvisa terão de provar sua eficácia com estudos clínicos. Esse será um segundo filtro do mercado, avalia Mattos. “Poucas empresas vão conseguir migrar para o registro definitivo”.
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