Mercado – Entre os dias 10 e 14, acompanhei o seminário on-line Healthspan Show, cada dia dedicado a um tema relacionado ao bem-estar e à longevidade: beleza, nutrição, fitness, saúde feminina e saúde mental. Começo pelo conceito básico que norteou o evento: o estilo de vida está na linha de frente do cuidado. Embora nem sempre a teoria se converta em ações práticas, há um consenso de que nunca tivemos tanta consciência sobre a importância de escolhas inteligentes. No entanto, nem tudo se baseia em critérios médicos, como explicou Nicola Gitsham, diretora de serviços de atendimento comunitário do NHS, o equivalente ao SUS do Reino Unido: ‘o foco é tornar as pessoas experts em seu próprio cuidado. Para atingir esse patamar, temos que dar suporte para que desenvolvam habilidades, como transitar no mundo digital. Assim ganharão confiança para exercer seu poder de decisão’. (leia mais abaixo)
Entretanto, se todos concordam sobre o valor da atividade física, de uma dieta alimentar balanceada e de sono de qualidade, há uma zona cinzenta que merece atenção especial do consumidor: o mercado de vitaminas e suplementos, que nem sempre cumpre o que promete. Este é um segmento que, em 2025, ultrapassará US$ 252 bilhões, o equivalente a mais de R$ 1.3 trilhão. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou, em 2020, uma instrução normativa com regulamentação específica para os suplementos que podem conter em sua composição substâncias bioativas, enzimas e probióticos. O órgão concedeu dois anos para as empresas fazerem a adequação dos rótulos, sempre enfatizando que são produtos indicados para pessoas saudáveis. (leia mais abaixo)
A nutricionista britânica Sophie Medlin, fundadora da City Dietitians, alertou que, de acordo com estudo realizado pela Universidade de Glasgow em 2019, quase 90% dos influenciadores digitais compartilham informações que são pouco precisas ou sem qualquer acurácia: ‘esses influenciadores deveriam estar sob o escrutínio da lei. Há posts sobre chás emagrecedores e suplementos para ganhar peso e ter o corpo de celebridades que não poderiam estar sendo divulgados’. (leia mais abaixo)
Representantes da indústria como Rob Fried, CEO da ChromaDex, lamentam que o mercado ainda acolha produtos de baixa qualidade: ‘é preciso separar o joio do trigo. As empresas têm que provar a eficiência do que fabricam e comunicar claramente as informações’. Colin Watts, CEO da Juvenescence Life, endossou a observação: ‘vencerá quem tiver não somente o melhor custo/benefício, mas também um propósito positivo. Os mais velhos são consumidores críticos e vão querer entender a empresa, como ela poderá ajudá-los. O produto será apenas um elemento de uma abordagem bem mais ampla’.
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