O número de farmácias no Brasil já passa de 90,9 mil, o que representa uma evolução de 9,9% em dois anos segundo a Close-Up Intermational. O mercado enxerga solidez nas grandes redes, aceleração no associativismo e resiliência nas independentes. No Dia Nacional da Farmácia, trazemos uma radiografia especial da atividade varejista que mais cresce no país.
Farmácias por nicho
Das 90.933 farmácias em funcionamento, 53.469 pertencem ao varejo independente, responsável por 59% dos PDVs. Em contrapartida, esse segmento concentrou das 81% das lojas fechadas nos últimos dois anos.
“Na prática, as independentes ficaram para trás com o rápido advento da transformação digital e não estavam financeira e tecnicamente preparadas para essa mudança”, pontua Rodnei Domingues, presidente do Instituto Axxus, startup do Parque Científico da Unicamp.
Enquanto isso, grandes redes, associativistas e franquias avançam território e ampliaram em 9% a fatia de mercado na última década. “As grandes fixaram-se especialmente nos municípios que totalizam 80% do consumo, mas agora seguem passos rumo ao interior e cidades de médio porte. O associativismo, por sua vez, já apostava nesses centros como alternativa ao grande varejo e com mais poder de fogo em comparação às independentes”, acredita Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail.
Número de farmácias no Brasil teve abertura recorde
O número de farmácias no Brasil conviveu com um ritmo de inaugurações jamais visto, segundo o Sebrae e a Close-Up International. Mais de 18,1 mil estabelecimentos abriram as portas em dois anos. E um detalhe: mais de sete entre cada dez lojas abertas no período estão enquadradas como microempresas (ME) ou microempreendedores individuais (MEI).
“É um reflexo do varejo brasileiro, cuja ascensão sempre foi pautada por mais empresas com atuação focada em um estado ou região e menos por redes nacionais”, complementa Serrentino.
Farmácias nascendo, mas imunidade ainda baixa
Farmácias abrindo, mas sem a devida imunidade. Do total de lojas do setor até o ano passado, 20% iniciaram atuação em 2021. Mas 5.125 não resistiram. “Com as redes mais vigorosas no faturamento, o caminho para novos entrantes está cada vez mais estreito”, contextualiza Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR.
Faturamento das farmácias revela mais claramente as transformações
Os R$ 184,2 bilhões de faturamento das farmácias, de acordo com a IQVIA, são a demonstração de um setor consistente. Mas os números destrinchados indicam profundas transformações.
As grandes redes respondem por 44% da receita mesmo com apenas 10% dos PDVs e avançaram 17,2% nos últimos 12 meses até junho. E pela primeira vez as associativistas e franquias ultrapassaram o varejo independente, ao registrarem um incremento de 19,8%.
Muito dinheiro, mas distribuição ainda frágil
O varejo farmacêutico acumula montantes, mas a disparidade por região ainda é gritante. O Sul e o Sudeste, juntos, detém 2/3 do volume de negócios (66%). Na análise por estados, apenas São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro respondem por 46% da receita.
Mas quem consegue liderar o faturamento aproveita muito bem a oportunidade. O Brasil é o segundo país com maior número de farmácias bilionárias, só perdendo para os Estados Unidos. São 15 ao todo, sendo 13 enquadradas como grandes redes e duas originárias do movimento associativista – Farmácias Associadas e Grupo Total.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/numero-de-farmacias-no-brasil-909-mil/
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