As pressões sobre o preço de medicamentos serão o principal entrave para o crescimento da indústria farmacêutica norte-americana neste ano, cenário que deve levar a uma total reavaliação de estratégias do setor. A conclusão faz parte do relatório O Estado da Indústria Biofarmacêutica – 2022, da empresa de dados e análises GlobalData.

O estudo foi realizado com 177 profissionais do setor de saúde nos Estados Unidos, entre 17 de novembro e 17 de dezembro de 2021. Para mais de 1/3 (34%), os preços de medicamentos e as consequentes restrições de reembolso serão os impactos mais negativos para a indústria farmacêutica.

 
Os entrevistados receberam a incumbência de avaliar diferentes fatores capazes de influenciar o mercado neste ano, atribuindo notas positivas de 1 a 50 ou negativas, de -1 a -50. O preço de medicamentos teve a pontuação mais baixa, bem distante dos tópicos associados a questões geopolíticas.

“O peso da inflação sobre o custo das matérias-primas, aliado à redução natural de subsídios governamentais para compensar a elevação dos gastos com saúde nos últimos anos, forçará o aumento expressivo de preços. E não há nenhuma indicação de que ocorrerá alguma mudança”, enfatiza Urte Jakimaviciute, diretora sênior de pesquisa de mercado da GlobalData.

Em contrapartida, a executiva acredita que a crescente atenção de investidores para estratégias ESG e o vencimento das patentes de medicamentos biológicos poderão servir como freios para a alta dos preços.

Ano novo, aumento acelerado
A depender dos movimentos da indústria farmacêutica, a tendência de aumento será uma realidade irreversível. Nos primeiros dias do ano, os laboratórios elevaram o preço de mais de 400 remédios nos Estados Unidos, segundo levantamento da plataforma GoodRx.

A Pfizer protagonizou os maiores reajustes, com quase 100 produtos e altas de até 16,8%, como foi o caso do imunológico Solu-Cortef. Na GlaxoSmithKline (GSK) e a Teva Pharmaceuticals, a alta incidiu sobre mais de 30 fármacos de cada uma das empresas. “Embora as tentativas do presidente Joe Biden de introduzir controles de preços tenham sido recebidas com entusiasmo por muitos consumidores, o processo está estagnado, o que diminui as perspectivas de uma reforma”, ressalta Urte.

Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/preco-de-medicamentos-maior-entrave/

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