Estado tem atraído diversos investimentos do setor
Alinhada com indicadores mundiais e uma tendência nacional, a indústria farmacêutica de Minas Gerais estima uma alta de 12% nas vendas em 2025 e de 9% em 2026, conforme o coordenador técnico do Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos e Químicos para Fins Industriais do Estado de Minas Gerais (Sindusfarq), Jomar Costa Rodrigues.
As projeções sintonizam com o desempenho do setor no ano passado, cujo avanço foi de 9,7%. De acordo com ele, a Nova Indústria Brasil (NIB) impulsionou o resultado com incentivos às atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Por meio do programa, algumas empresas conseguiram obter recursos para projetos de lançamento de produtos.
Outros fatores também estimularam as negociações, de acordo com Rodrigues. Por exemplo, o processo de envelhecimento da população brasileira, que acarreta aumento no consumo de medicamentos para a terceira idade, e os reflexos da pandemia de Covid-19, com pacientes consumindo remédios para tratamento de problemas nas vias respiratórias.
Para manter o crescimento, a indústria farmacêutica terá que enfrentar desafios. Um deles é as incógnitas da reforma tributária. O coordenador ressalta que há pontos obscuros na proposta, que precisam ser discutidos, porque impactam a vida financeira das empresas, como o prazo para devolução de valores de tributos que foram pagos além do devido.
Ele reitera que há um segundo entrave que preocupa o setor. Trata-se do baixo efetivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Rodrigues afirma que a autarquia está perdendo técnicos por aposentadoria e também por outros motivos, e a reposição está aquém do necessário, algo que pode gerar uma maior morosidade nos processos.
“A redução desse quadro de funcionários da Anvisa é muito prejudicial para todo o complexo nacional da saúde, porque se você tem um produto que pode lançar com dois anos e passa para quatro ou cinco, não tem jeito, você perde o bonde da história”, pondera.
“Estamos apoiando o pleito da Anvisa, que tem solicitado ao governo federal a abertura de concurso público para contratação de pessoal. Houve um concurso recentemente, mas o número de contratações não atingiu nem metade da necessidade da agência”, diz.
Nos últimos anos, Minas Gerais tem atraído diversos investimentos da indústria farmacêutica, especialmente para cidades do Norte e do Sul. As duas regiões estão se consolidando como polos farmacêuticos: a primeira, sobretudo, com a instalação de fábricas, e a segunda com a implementação de centros de distribuição, principalmente.
Rodrigues salienta que, apenas em Montes Claros, foram atraídos mais de R$ 3 bilhões em aportes de empresas do setor, como a Eurofarma, Cristália e Hipolabor. Conforme ele, montantes significativos também foram investidos em Varginha e Extrema, por exemplo.
O coordenador destaca que os incentivos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), das agências de pesquisa e do governo estadual, além do trabalho do Sindusfarq em buscar dialogar com empresas para que venham para terras mineiras tem fomentado a atração. Ele diz que o Estado está recuperando seu protagonismo na área.
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